Vereador do Paraná mata empresário a tiros em condomínio
Miguel Zahdi Neto (PSD) alegou legítima defesa e não foi preso
CATARINA SCORTECCI | CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O vereador Miguel Zahdi Neto (PSD) matou a tiros o empresário Guilherme de Quadros Becker em um condomínio de chácaras em Ponta Grossa, no Paraná, no final da tarde desta quarta-feira (20), após uma discussão entre vizinhos.
Miguel alegou legítima defesa e não foi preso. Ele teria reagido a disparos de arma de fogo feitos por Guilherme.
A Polícia Civil ainda apura o caso e aguarda o trabalho da perícia, mas indica que informações preliminares confirmam a versão do vereador. Miguel está em seu segundo mandato como vereador de Castro, onde é conhecido como Neto Fadel. Ele é presidente da Câmara Municipal e foi candidato a prefeito da cidade nas eleições de outubro.
Já o advogado Jairo Baluta, ligado à família de Guilherme, disse à Folha nesta quinta-feira (21) que “estão todos abalados com essa tragédia” e que ainda se reunirá com os parentes do empresário para “saber dos detalhes da conduta brutal do vereador homicida”.
“Já me adiantaram que os depoimentos dos amigos dele deram versão irreal para encenar legítima defesa”, disse ele.
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Em nota à Folha de S.Paulo, o advogado de Miguel, Ewerton Machado Rosa, diz que o vereador estava na chácara com parentes, crianças e amigos, quando escutaram uma sequência de disparos de arma de fogo.
Ao saírem da casa para tentar descobrir o que estava acontecendo, a mãe e a esposa de Guilherme teriam se aproximado e afirmado que o empresário estava incomodado com o barulho dos quadriciclos das crianças nas vias do condomínio.
Elas também teriam dito que Guilherme estava “muito alterado e armado”.
Enquanto conversavam sobre a situação, Guilherme teria aparecido de repente, segurando duas armas de fogo, e disparando tiros na direção de Miguel, seus amigos e familiares. “Neste momento, em um ato de luta pela própria vida e dos que junto consigo estavam, Miguel sacou sua arma e efetuou disparos contra Guilherme, cessando imediatamente após perceber a neutralização do atirador”, continua Rosa, acrescentado que o vereador tem porte de arma e registro.
O advogado afirma ainda que Miguel e amigos prestaram socorro à vítima e acionaram a polícia. Miguel permaneceu no local até a chegada das autoridades e foi até a delegacia, mas não foi preso.
De acordo com o delegado Luiz Tomissi, as testemunhas ouvidas até agora confirmam a versão do vereador. A Polícia Civil também encontrou no local duas armas de Guilherme, uma pistola de calibre 380 e um revólver de calibre 38, com cinco munições utilizadas. Na residência de Guilherme, também foram encontradas três cápsulas de munição de calibre 380.
Guilherme foi levado ao Hospital do Coração Bom Jesus, mas acabou morrendo. O corpo do empresário está sendo velado na tarde desta quinta-feira (21). Guilherme tinha 32 anos e era dono de uma loja de material de construção em Ponta Grossa.
“Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças”, continua a nota do advogado.
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