Homem que foi preso no lugar de Jean Machado Ribas era procurado por assassinato

O homem que foi preso no Distrito Federal após mentir ser Jean Machado Ribas, foragido por manter a esposa em cárcere privado por cerca de 5 anos em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba, era procurado pelos crimes de homicídio qualificado e roubo.

O delegado da Polícia Civil de Rio Branco do Sul, Gabriel Fontana, que conduz a investigação, explica que o suspeito sabia informações dos documentos pessoais de Jean e que os motivos que o levaram a se apresentar com o nome falso estão sendo investigados.

“O fato dele ter se apresentado como Jean, mas também ter gravado diversos dados do Jean como CPF, nome da mãe,  inclusive, a assinatura que ele usou nos documentos da prisão em flagrante, onde ele assinou como o Jean e copiou a assinatura do Jean. Então, agora as investigações vão se debruçar nas motivações que levaram esse indivíduo a se apresentar ali como o foragido do Paraná”, disse Fontana em entrevista à BandNews Curitiba. 

O suspeito de 34 anos, que não teve o verdadeiro nome revelado, foi detido na madrugada da última quinta-feira (27), em Brasília, com documentos falsos, munições e um revólver com numeração raspada. Ele foi abordado em um carro de aplicativo quando viajava do Paraná com destino ao Ceará e, na ocasião, se identificou como Jean Machado Ribas. A farsa foi descoberta no dia seguinte, após análise de impressão digital.

O verdadeiro Jean Machado Ribas continua sendo procurado pela polícia.

A esposa de Jean, uma mulher de 23 anos, e o filho do casal, um menino de quatro anos, foram resgatados no dia 14 de março. Ele chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto dois dias depois, após passar por uma audiência de custódia. No dia 17, o Ministério Público do Paraná (MPPR) pediu sua prisão preventiva e no dia 18, a Justiça expediu um mandado de prisão contra ele, mas a polícia não conseguiu mais encontrá-lo.

Mulher mantida em cárcere privado pelo marido

A mulher e o filho foram resgatados pela Polícia Militar na casa da família, na zona rural de Itaperuçu, após ela conseguir mandar um e-mail com um pedido de socorro para a Casa da Mulher Brasileira, unidade que atende mulheres vítimas de violência.

Cerca de 15 dias antes, a mulher também havia deixado um bilhete pedindo ajuda para um frentista em um posto de combustível da região. No recado, ela escreveu que sofria muita violência em casa. A mensagem chegou a ser entregue à polícia, que afirma ter feito diligências na região indicada pela vítima, mas que não encontrou a residência.

Jean foi foi autuado em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, dano emocional e ameaça, todos no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher. Na audiência de custódia, ele conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade com a imposição de medidas cautelares, entre elas, a proibição de aproximação da mulher e do filho.

A suspeita é de que os dois eram mantidos presos na residência pelo investigado, sob constante vigilância por câmeras. Além de ameaças e violência psicológica, também são apuradas possíveis agressões físicas cometidas pelo investigado contra a mulher.

O resgate das vítimas ocorreu sete dias após a denúncia, e a mulher e a criança foram encaminhadas para um endereço de acolhimento. O caso é acompanhado pela 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul.

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