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Combinação entre clima seco e frio eleva o risco de doenças respiratórias; saiba como prevenir
(Foto: Drazen Zigic/Pexels)

Combinação entre clima seco e frio eleva o risco de doenças respiratórias; saiba como prevenir

Clima, predominante em agosto deste ano, amplia chances de doenças infecciosas, de pele e até de queda na produtividade

Brenda Iung - quinta-feira, 22 de agosto de 2024 - 18:03

A grave oscilação de tempo nesta semana, em Curitiba, pode trazer consequências para a saúde. Hoje (22), os termômetros marcaram 31ºC, com alerta de Onda de Calor emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na próxima segunda-feira (26), as mínimas podem alcançar 1ºC e há previsão de geada. Com o clima seco e períodos intensos de frio, principalmente ao longo da manhã e à noite, os casos de doenças respiratórias, infecções, doenças de pele, distúrbios de sono e até oscilações na produtividade aumentam. Saiba quais as consequências do clima seco e frio para a saúde e como prevenir.

Clima seco e frio: combinação traz consequências para a saúde

“O clima seco, com o frio, faz com que as pessoas fiquem em ambientes fechados, aumentando assim os quadros infecciosos”, explica Victor Horácio, vice-diretor técnico e de ensino do Hospital Pequeno Príncipe.

O otorrinolaringologista Ian Selonke, do Hospital da Cruz Vermelha e Hospital Otorrinos, completa a informação relatando que, nesta época do ano, aumenta o atendimento tanto nas emergências, quanto nos consultórios médicos, para tratamento de agravamento nos quadros infecciosos e respiratórios de doenças como: rinite, asma e sinusite.

Doenças comuns durante os períodos de clima seco e frio

Os profissionais mencionam as doenças que podem se manifestar durante o clima seco, com presença de frio.

Doenças respiratórias

Selonke explica que: “o frio aumenta a sobrevivência e a transmissão dos vírus respiratórios. Além disso, ocorre, também, uma diminuição dos mecanismos e a defesa natural do sistema respiratório, com maior risco de infecções. O clima seco diminui a proteção da mucosa para vírus que a gente está mais exposto, também causa ressecamento na mucosa respiratória nasal e do pulmão, da traqueia, dos brônquios, isso torna a pessoa mais vulnerável às crises de asma, infecções virais e bacterianas”.

Entre as doenças respiratórias, Selonke e Horácio citam:

Doenças de pele, ouvidos, garganta e olhos

Assim como causa a desidratação das mucosas, o clima seco também pode piorar a condição da pele, afirma o otorrinolaringologista. As partes mais expostas ao frio, como as mãos, os lábios e o rosto ficam mais ressecados, explica.

“A partir do momento em que você tem o clima mais seco, você tem a tendência ao aparecimento dos quadros de alergia”, reforça o vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe.

Entre as doenças de pele, ouvidos, garganta e olhos, os especialistas listam:

  • Dermatite – pele (piora nos casos dos pacientes que já têm pré-disposição para a doença, ou infecção)
  • Conjuntivite – olhos (piora nos casos dos pacientes que já têm pré-disposição para a doença, ou infecção)
  • Amigdalite – garganta (piora nos casos dos pacientes que já têm pré-disposição para a doença, ou infecção)
  • Otite – ouvidos (piora nos casos dos pacientes que já têm pré-disposição para a doença, ou infecção)
  • Ressecamento e rachadura nas mãos
  • Ressecamento e rachadura nos lábios
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Impacto na produtividade e no sono

Os dois especialistas também destacam que a combinação entre o clima seco e o frio pode causar prejuízos na produtividade. Horácio explica que algumas das doenças citadas, como a conjuntivite e a dermatite, impactam nesse ponto.

“A dermatite causa coceira, desconforto na pele, afetando a concentração. O mesmo ocorre com a conjuntivite, que além da coceira, também traz dores de cabeça”, exemplifica.

A falta de hidratação nesta época do ano, completa Selonke, também implica no aumento da densidade do sangue. Perde-se mais água pela respiração. “Isso pode favorecer o aparecimento de cansaço, de dor de cabeça e, também, de alguns problemas circulatórios”, explica.

O sono também é prejudicado, principalmente em casos de rinite e asma — que fazem com que a noite de sono seja menos restauradora, consequentemente, trazem mais cansaço durante o dia, finaliza Selonke.

Atitudes para prevenir doenças em períodos de clima seco e frio

diretor-técnico e de ensino do Hospital Pequeno Príncipe e o otorrinolaringologista do Hospital Cruz Vermelha listam uma série de atitudes que ajudam a prevenir doenças em períodos de clima seco e frio.

  • Aumentar a hidratação do corpo (tomar mais líquidos, principalmente nas primeiras 12 horas do dia)
  • Manter uma alimentação saudável (com consumo de saladas e frutas)
  • Usar protetores para hidratar a mucosa (como soro fisiológico e hidratantes nasais)
  • Usar hidratantes para evitar o ressecamento da pele e dos lábios
  • Evitar ambientes de poeira e fazer as limpezas para reduzi-la
  • Usar umidificador de ar
  • Evitar ambientes fechados
  • Se necessário, tratar a rinite e a asma

“Consulte um otorrinolaringologista, um dermatologista, um médico de confiança. Porque, às vezes, as medidas mais simples resolvem. Mas pacientes com ressecamento um pouco mais severo, como dermatite, ou alergias, precisam de um auxílio médico também”, complementa o Selonke.

Pandemia da Covid-19 deve ser exemplo para cuidados de saúde

Ian Selonke faz um alerta: “o mais importante nos quadros infecciosos é pensar um pouco na experiência que tivemos com a Covid-19”. Ele explica que caso alguém esteja doente, com um quadro de resfriado, é indicado usar máscara para não expor outras pessoas ao vírus. É essencial, também, buscar sempre um ambiente arejado, com o máximo possível de ventilação.

Não esquecer das vacinas — não apenas da Covid-19, mas também da Influenza. Assim como outras imunizações necessárias para prevenir casos graves de doenças respiratórias e infecciosas.

Além disso, é também importante reforçar os cuidados com a limpeza das mãos — principalmente quando tiver contato com muitas pessoas.

Outro ponto levantado por Selonke é a necessidade de ficar atento aos possíveis problemas de saúde. Há quem tenha um problema — como rinite, sinusite, asma, diabete, pressão alta — e não faz acompanhamento contínuo. Se for feito, o paciente pode reduzir as chances de complicações respiratórias nesta época do ano.

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