
413 pessoas morreram em confronto com a polícia do Paraná em 2024
46,5% dos óbitos são de homens pardos; das nove cidades com maior número de confrontos, quatro ficam na Grande Curitiba
Quatrocentas e treze (413) pessoas morreram e outras 109 ficaram feridas em 433 confrontos com a polícia do Paraná em 2024. O número de óbitos representa um crescimento de 18,7% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 348 mortes.
Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Paraná (MP/PR) na quarta-feira (22). O levantamento foi elaborado de forma conjunta pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Dos 433 confrontos, 424 (97,7%) foram com a Polícia Milita, 5 (1,2%) com a Polícia Civil e 4 (0,9%) com a Guarda Municipal.
O balanço novo balanço, agora inclui, além dos óbitos, informações sobre a instituição das forças de segurança e a unidade envolvidas, o horário em que houve o registro e o tipo de ocorrência, se o servidor estava ou não em serviço e um perfil básico das vítimas, incluindo dados sobre estar armada ou não.
Perfil dos mortos em confrontos policiais
O documento mostra que 46,5% dos mortos em confrontos policiais no Paraná são homens pardos e maioria dos óbitos ocorreu na faixa etária entre 30 e 34 anos. Das 413 vítimas, 409 são do sexo masculino e apenas 4 do sexo feminino.


Das nove cidades com maior número de confrontos, quatro ficam na Grande Curitiba:
- 98 em Curitiba
- 43 em Londrina
- 15 em São José dos Pinhais
- 15 em Foz do Iguaçu
- 15 em Colombo
- 12 em Cambé
- 11 em Ponta Grossa
- 11 em Cascavel
- 10 em Almirante Tamandaré
Veja o documento na íntegra:
Nova abordagem quer diminuir número de mortes em confrontos no Paraná
Em coletiva de imprensa, o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Cláudio Rubino Zuan Esteves, explicou que o Ministério Público passou a abordar as mortes em confronto com a polícia do Paraná com foco na prevenção e repressão, motivo pelo qual o balanço trás mais informações do que apenas o número de mortes.
O objetivo da nova forma de acompanhamento é reduzir a letalidade nessas ações, tanto de civis quanto dos agentes de segurança pública.
“O que nós estamos pretendendo é um aperfeiçoamento desse acompanhamento. […] Nós temos pessoas da sociedade em risco, policiais em risco. O objetivo comum de todos nós, de todas as instituições, é a redução desses números”, declarou
A ideia é, em conjunto com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), desenvolver uma política ampla que comece pela compreensão dos confrontos, a fim de definir novos protocolos de atuação para as forças de segurança pública no estado.
Prevenção e Repressão
A parte da prevenção agora é direcionada ao Gaesp, responsável pela análise, compilação, tratamento e qualificação das informações.
“A novidade é que a partir de agora, o Gaesp vai passar a acompanhar os dados sobre esses confrontos, tratando e compilando esses dados, para compreensão do fenômeno dos confrontos policiais, assim como da vitimização e da saúde mental dos agentes dos agentes de segurança pública”, explica o procurador de Justiça Cláudio Rubino Zuan Esteves.
Enquanto a parte repressiva, para a apuração e denúncia de casos concretos, fica sob responsabilidade das Promotorias de Justiça com atribuições para o acompanhamento das investigações em suas localidades e do Gaeco, quando atendidos os critérios de atuação da unidade especializada.
“Nos casos em que nós identificarmos que essas mortes estão conectadas a uma ação criminosa cuja atribuição seja do Gaeco, nós vamos permanecer com a investigação como sempre foi. Nos outros casos, promotorias criminais espalhadas por todo o estado estarão atentas e irão acompanhar a investigação”, completou o procurador.
*Com MP/PR
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