
Saúde no Carnaval: dicas para curtir a folia com segurança
Calorão, alimentação e sono fora da rotina são pratos cheios para os problemas de saúde. Médicos ensinam formas simples de se cuidar e evitar da folia acabar no hospital
Carnaval combina com festa, mas também exige atenção à saúde! Para a folia ser proveitosa, especialistas dão dicas de como proteger a saúde e ter um feriadão bem divertido. Médicos explicam como evitar viroses e contaminações alimentares, como ingerir a quantia de água ideal para hidratar o corpo no calor e quais alimentos servem para manter a energia até o fim da folia, além de cuidados com a saúde íntima e de como manejar de forma correta a maquiagem de Carnaval.
A festa popular é sinônimo de aglomeração. Então, o médico Robson Matsuda Fernandez, coordenador da Endoscopia Digestiva do Eco Medical, em Curitiba, aconselha: “Nosso maior contato com os ambientes, pessoas, objetos e comidas são as nossas mãos. Então vamos lembrar do básico: lavar bem as mãos com frequência e manter álcool gel no bolso. Isso evita contaminações”, diz o médico. Ficar atento à qualidade da água do mar também evita viroses. Deve-se olhar sempre os boletins de qualidade da água para banho e notícias locais.
As comidas de rua são convidativas, mas o médico aconselha evitá-las, ou observar a higiene e temperatura de preparação e conservação dos alimentos. Dar preferência por comidas preparadas em casa ou em estabelecimentos que utilizem água tratada ou filtrada é o ideal, visto que é pela água que muitos vírus e bactérias se espalham. Se não há certeza da higiene da caixa d´água do local onde está hospedado, ferva a água antes de consumir.
Ao surgirem sintomas de gastroenterite (vômito, diarreia, dores abdominais, etc.), Robson orienta a não se automedicar. Isso pode comprometer ainda mais a sua saúde e acabar com a diversão de todos. O correto é procurar um médico.
Energia para aguentar a folia
Se a intenção é seguir atrás do bloco de Carnaval ou passar o dia na praia, o corpo precisa de energia. A nutricionista Marília Zaparolli, do Eco Medical Center, ensina a começar o dia com um bom café da manhã, alimentando-se com todos os grupos alimentares (proteínas de qualidade, carboidratos, vitaminas e minerais). Ela dá um exemplo: pão com ovo mexido, frutas e iogurte.
Durante a folia, levar pequenos lanches na bolsa como barrinhas de oleaginosas ou de proteína, mix de castanhas, frutas secas, snacks, chips desidratados de frutas e legumes. E se a folia for noturna, nunca sair de casa sem se alimentar. No dia pós-folia, deve-se tentar voltar a um ritmo de pelo menos três refeições ao dia, com bastante legumes, frutas, verduras e proteínas magras (evitar carne bovina e optar por frango, peixe ou camarão). Não consumir alimentos gordurosos, pois especialmente no calor pesam na digestão e podem dar diarréia.
Como há previsão de muito calor em todo o Brasil, deve-se consumir água a todo momento. O cálculo ideal, ensina Marília, é de 40 ml de água por quilo de peso da pessoa. Neste cálculo pode ser incluída a água de coco. E se a pessoa suou muito no bloquinho ou na praia, o ideal é beber também um repositor de eletrólitos, como os isotônicos.
A nefrologista Juliana Leme alerta: bebidas alcóolicas não servem para hidratar o organismo. O álcool é um diurético, ou seja, promove a eliminação de líquidos através da urina e, por isso, gera desidratação. “Se consumir álcool, seja moderado e intercale com água ou água de coco”, reforça Juliana.
Saúde íntima
Mulheres podem ter problemas na região íntima se ficarem muito tempo com o biquíni molhado. Por isso, segundo a ginecologista Pamella Schneider, é importante trocar o biquíni por outro seco sempre que possível, lavar a peça com água e sabão e colocar para secar no sol, em local ventilado. Deixar roupa íntima secando no box do banheiro gera fungos no forro da roupa. E isso pode levar à candidíase, que gera coceira e ardência. O ideal é usar roupas íntimas de algodão e que não apertem.
O uso de banheiros públicos requer cuidados extras. Para não sentar no vaso sanitário, a médica aconselha ficar agachada ou usar condutores urinários, que são como cones ou funis e ajudam a urinar em pé. E ter sempre lenços umedecidos e álcool gel na bolsa para emergências.
Pamella ainda reforça que o uso do preservativo deve ocorrer em qualquer tipo de relação sexual. “O anticoncepcional protege da gravidez indesejada, mas não de doenças. Tem que usar preservativo. E sempre urinar após o ato sexual, para evitar as infecções”, ensina a médica.
Maquiagem na folia
E ao chegar em casa, a dermatologista Carolina Sampaio alerta: por mais cansada que esteja, é preciso tirar a maquiagem antes de dormir. A obstrução dos poros gera oleosidade, acne e reações alérgicas na pele e nos olhos. “Lave gentilmente o rosto com sabonete, água micelar ou cleansing oil”, orienta. E ao invés de usar base com protetor solar, inverta a escolha: busque protetores solares com cor, que são mais eficientes na proteção ao sol.
E o corpo também precisa de proteção solar: é recomendado aplicar protetor com FPS 30 ou superior em todo o corpo, rosto, orelhas, pés e mãos, e reaplicar a cada 2 a 3 horas. Além disso, usar roupas com proteção UV e chapéu, ou aplicar protetor em spray no couro cabeludo também auxilia nos cuidados. Os médicos ainda alertam: bebês menores de seis meses não podem ficar no sol. Crianças acima disso devem seguir as mesmas regras do protetor solar e usar roupas de proteção UV. Não se expor ao sol entre 10h e 14h e evitar os “torrões”, que potencializam as chances de melanomas, que são um tipo de câncer de pele.
E não se deve esquecer do repelente, em especial os que contém icaridina, que são mais potentes contra o mosquito da dengue.
Pomada x “doença do beijo”
Para muitos, a graça dos blocos de Carnaval é beijar muito. Mas isso traz um alto risco de infecções. Uma delas é a herpes, transmitida diretamente pelo contato com uma lesão na boca. A pessoa que tem herpes e está com feridas na boca não deve beijar ninguém, em hipótese alguma. Só pode beijar se a boca estiver totalmente livre de lesões, pois aí não há risco de transmissão, mesmo que seja portador do vírus.
Outro tipo de infecção é a mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo”, na qual o vírus é transmitido pela saliva. Os sintomas são muito parecidos com outras infecções virais: febre, dor de garganta ao engolir e dor nas articulações. A diferença é que a mononucleose causa inchaço no pescoço (gânglios) e nos olhos, além de manchas brancas na garganta (placas).
Algumas pessoas possuem a crença de que pomadas antivirais, em especial as para tratamento de herpes, se passadas na boca evitam o contágio. Mas a dermatologista alerta que, além do gosto ruim na boca, isso é totalmente mito. Não há nenhuma garantia de prevenir infecções.
*Com Assessoria
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