Operação mira fraude em licitações e desvio de recursos no DNIT Paraná
O esquema de corrupção teria ocorrido por mais de 10 anos; além de propina, os funcionários públicos do órgão nacional superfaturavam licitações
Um esquema criminoso de fraude em licitações e desvios de recursos públicos do DNIT/PR – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Paraná – é alvo de uma operação na manhã desta terça-feira (5), em cidades paranaenses e em outros estados.
Funcionários públicos do órgão federal, vinculado ao Ministério da Infraestrutura, receberam valores ilícitos de empresas que mantinham contratos com o poder público. O esquema de corrupção teria ocorrido entre 2011 e 2022, de acordo com a Receita Federal. A ação também conta com apoio da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU).
As equipes cumprem 54 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo e no Distrito Federal.
No Paraná, os alvos estão localizados em Curitiba, Cascavel, Londrina, Maringá, Rolândia, Guarapuava, Pato Branco, Goioerê e Marechal Cândido Rondon.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça também determinou o sequestro e o bloqueio de bens móveis e imóveis, veículos de alto valor, além do bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
Porções de ouro também foram apreendidas durante o cumprimento dos mandados.
Corrupção em obras de rodovias do Paraná
Durante as investigações, iniciadas em 2015, também foram identificadas fraudes em licitações, com a celebração de contratos com graves falhas, incluindo superfaturamento e sobrepreço, e ainda atos de corrupção, especialmente quando da supervisão e fiscalização das execuções das obras contratadas pelo DNIT/PR.
As irregularidades teriam ocorrido em contratos de obras de adequação na BR-163, no trecho entre as cidade de Toledo e Marechal Cândido Rondon, e restauração do pavimento na BR-487, entre Porto Camargo e Serra dos Dourados.
Os contratos sob suspeita somam pouco mais de R$ 690 milhões. A auditoria da CGU apontou sobrepreço e superfaturamento de R$ 75 milhões, além da execução das obras em desacordo com normas e especificações técnicas.
“Uma série de atos de lavagem de dinheiro foram praticados para acobertar a movimentação dos recursos ilícitos gerados pelas práticas dos crimes antecedentes”, destaca a Receita Federal.
Os funcionários públicos do DNIT/PR envolvidos no esquema criminoso já foram alvo de outra operação, em 2022.
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