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Motorista e dono de caminhão são indiciados por morte de equipe de remo na BR-376
Foto: PRF

Motorista e dono de caminhão são indiciados por morte de equipe de remo na BR-376

Para a polícia, o acidente foi provocado pela falta de habilidade do condutor e pelas condições precárias do veículo de carga

Caroline Signori Berticelli - terça-feira, 12 de novembro de 2024 - 13:00

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o acidente com os atletas de remo de Pelotas (RS) ocorrido na BR-376, em Paraná, no litoral do Paraná. O motorista e o proprietário do caminhão, que tombou sobre a van que levava a equipe, foram indiciados por homicídio culposo. Ao todo, nove pessoas morreram. Apenas um adolescente sobreviveu.

De acordo com o Edgar Santana, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), o condutor foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime tipificado no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e lesão corporal culposa. A somatória das penas pode chegar a até seis anos de prisão mais a perda da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Já o proprietário foi indiciado por homicídio culposo, conforme o artigo 121, § 3º, do Código Penal, e lesão corporal culposa, com pena total de até quatro anos de prisão.

Para o delegado, o acidente foi provocado pela falta de habilidade em relação à condução do veículo por parte do motorista e pelas condições precárias do caminhão, devido à conduta negligente do dono em relação a manutenção.

Em coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira (12), Santana explicou que a perícia comprovou que os freios do veículo do semirreboque, que levava um container, estavam em condições precárias. “O laudo pericial revelou que os freios do semirreboque do veículo estavam em condições precárias de funcionamento”, disse o delegado.

Acidente atletas remo na BR-376

O acidente que matou os atletas de remo na BR-376 ocorreu na noite do dia 20 de outubro. A equipe retornava do Campeonato Brasileiro de Remo Unificado, ocorrido naquele final de semana em São Paulo, com duas medalhas de ouro, quando a van em que estava foi esmagada por uma carreta contêiner em um trecho sinuoso de serra.

Das dez pessoas que estava no veículo de transporte de passageiros, apenas uma sobreviveu. As vítimas fatais do acidente na BR-376 com a equipe de remo gaúcha são:

  • Samuel Benites Lopes, de 15 anos (atleta)
  • Henry Fontoura Guimarães, de 17 anos (atleta)
  • João Pedro Kerchiner, de 17 anos (atleta)
  • Helen Belony, de 20 anos (atleta)
  • Nicole da Cruz, de 15 anos (atleta)
  • Angel Souto Vidal, de 16 anos (atleta)
  • Vitor Fernandes Camargo, de 17 anos (atleta)
  • Oguener Tissot, 43 anos (treinador)
  • Ricardo Leal da Cunha, 52 anos (motorista da van)

O adolescente João Pedro Milgarejo, de 17 anos, dormia no fundo da van quando o acidente ocorreu. Ele foi socorrido com ferimentos leves e encaminhado para um hospital de Joinville, Santa Catarina. 

O motorista da carreta, um homem de 30 anos, estava sozinho e foi levado para o mesmo hospital com ferimentos leves.

Em depoimento, prestado no dia 22 de outubro, o motorista afirmou que o caminhão apresentou problemas mecânicos durante a viagem e ficou sem freio quando descia a serra.

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“Durante o interrogatório ele afirmou que no sábado o veículo teria apresentado alguns problemas mecânicos. Ele teria parado na rodovia, um guincho da concessionária o levou até um posto de combustíveis em Campina Grande do Sul, e no domingo o veículo teria sido consertado por um mecânico. Assim que ele saiu do posto, a carreta voltou a apresentar problemas, e o mesmo mecânico foi chamado”, contou o delegado, na ocasião.

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