218 repatriados do Líbano estão a caminho do Brasil
Em setembro dois adolescentes brasileiros morreram em um ataque de Israel; um deles nascido em Foz do Iguaçu e outro em Santa Catarina
Duzentos e dezoito pessoas, incluindo 11 crianças de colo, e 5 pets estão no terceiro voo de repatriação de brasileiros do Líbano, que decolou de da capital Beirute às 13h15 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9)
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave KC-30 fará uma escala em Lisboa, Portugal, para reabastecimento, e segue para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos.
O avião levou ao Líbano a segunda doação brasileira com 491 kg de medicamentos, envelopes para reidratação e seringas descartáveis. E ainda 7 toneladas de medicamentos arrecadados pelo Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro.
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Ao todo, 674 pessoas e 11 animais domésticos foram resgatados do Líbano nos últimos cinco dias. O primeiro voo da operação chegou na Base Aérea de São Paulo com 228 repatriados no domingo (6). Na terça-feira (8), outras 227 pessoas chegaram ao Brasil.
Segundo o governo brasileiro, cerca de 20 mil brasileiros vivem em território libanês e aproximadamente 3 mil pessoas no Líbano solicitaram apoio do Brasil para deixar o país.
Brasileiros mortos no Líbano
Em setembro, dois adolescentes brasileiros que viviam com suas famílias no Líbano foram mortos durante um bombardeio de Israel na cidade de Kelya, a 30 quilômetros de Beirute. Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e nascido em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, morreu junto com o pai Kamal Abdallah, de 64, um libanês naturalizado paraguaio, enquanto trabalhava.
Dias depois, dois irmãos sobreviventes chegaram em Foz. Na ocasião, Mohammad Abdallah, de 16 anos, contou como tudo aconteceu.
“Estava eu, meu irmão e meu pai. A gente foi ajudar ele a trabalhar e a gente escutou o primeiro bombardeio. Deu um segundo, foi na nossa, na frente na montanha. A gente pediu para o meu pai para a gente fugir. Ele só queria terminar de encher de água lá dentro para trabalhar, caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar, tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. Ele estava no chão morto e eu não conseguia achar meu irmão. Eu gritava o nome dele e as pessoas do meu lado mortas e eu não achava ele”, relatou Mohammad aos prantos.
Mirna Raef Nasser, de 16 anos, nasceu em Santa Catarina e era vizinha da família Abdallah em Kelya. Ela morreu no mesmo bombardeiro que o pai e filho.
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