Vereador recém-eleito pelo PL é condenado por ‘rachadinha’
Conforme a Justiça, o parlamentar eleito participou de um esquema que exigia parte da remuneração de uma servidora comissionada, em Araucária.
O vereador Nilso Vaz Torres, recém-eleito pelo PL (Partido Liberal ) em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi condenado pelo crime de “rachadinha”. A condenação ocorreu 19 dias antes das Eleições municipais.
Segundo decisão da Justiça, Nilso participou de um esquema que exigia parte da remuneração de uma servidora comissionada na cidade. O dinheiro teria sido desviado para as contas bancárias de Nilso e do ex-vereador Francisco Carlos Cabrini, já falecido. O agora parlamentar eleito era chefe de gabinete de Cabrini na época dos crimes.
Conforme o Ministério Público do Paraná (MPPR) que denunciou o caso, o esquema consistia na indicação política de uma pessoa para ocupar cargos comissionados na Câmara de Vereadores e na prefeitura de Araucária. Mas para isso, o contratado teria que devolver parte do salário, incluindo verbas rescisórias e parcela do 13º salário.
Os crimes teriam ocorrido pelo menos 80 vezes, entre 2010 e 2016. Nilso seria o responsável por desviar o salário, inclusive com acesso ao cartão da vítima. Em depoimento à Justiça em 2019, ele negou as acusações.
Além de Nilso, outras duas pessoas participaram do esquema e foram condenadas: uma ex-servidora que atuava como assessora parlamentar e um cunhado do vereador falecido – que não tinha ligação formal com a Câmara, mas frequentava o gabinete.
O caso faz parte de investigação do Ministério Público em Araucária que ouviu dezenas de pessoas indicadas a ocuparem cargos comissionados no Executivo. Conforme o órgão, 22 testemunhas confirmaram que, além de serem indicadas pelos vereadores para assumirem os cargos na prefeitura, eram obrigadas a repassar parte dos salários, incluindo benefícios como férias, rescisão, auxílio-alimentação e restituição do Imposto de Renda, em porcentuais que chegaram a ultrapassar 70% dos valores recebidos, sob pena de demissão caso não o fizessem.
No caso do vereador eleito pelo PL, ele foi condenado a cinco anos de prisão e 25 dias multa, em regime semiaberto.
Todos também foram condenados à reparação dos danos causados aos cofres públicos e à vítima obrigada a fazer os repasses ilegais que, em valores atualizados, somam R$ 164.200,00 a serem pagos solidariamente pelos sentenciados, além da perda de eventual cargo público, função pública ou mandato eletivo após o trânsito em julgado da sentença.
O vereador Nilso Vaz Torres pode recorrer da decisão, inclusive exercendo o mandato como vereador em Araucária. Apenas depois de esgotar todas as possibilidades de recurso que ele poderá ser cassado. A reportagem tenta contato com a defesa do vereador eleito.
*com informações da BandNews Curitiba.
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