Eleições 2024: Cristina Graeml perde apoio de Bolsonaro e do próprio partido, PMB
Tanto o PMB quanto o ex-presidente declararam neutralidade neste pleito
O Partido da Mulher Brasileira (PMB), o qual Cristina Graeml representa pela Prefeitura de Curitiba, anunciou que será neutro nas Eleições 2024 na capital paranaense. A dissolução do diretório estadual do partido e os desentendimentos com a presidência nacional motivaram essa decisão. As informações são de Bernardo Mello, do O Globo.
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As brigas internas do PMB quase atrapalharam a candidatura de Cristina Graeml, que ficou sob avaliação da Justiça Eleitoral para garantir que pudesse disputar o pleito. O TSE buscou esclarecimentos sobre a legalidade da dissolução e entendeu, no entanto, que os problemas envolvendo os diretórios estadual e nacional do partido não interfeririam na questão e autorizou o pedido de candidatura.
Vale ressaltar que todas as candidaturas, ao serem registradas, aguardam liberação da Justiça Eleitoral. No entanto, no caso de Cristina Graeml, havia a possibilidade de não-liberação pelo motivo citado acima.
Entenda a briga entre os diretórios estadual e nacional do PMB e o que isso interfere no apoio à Cristina Graeml
Em agosto deste ano, os diretórios do Paraná e de Curitiba do PMB foram dissolvidos pela direção nacional do partido — presidido por Suêd Haidar Nogueira. A justificativa foram constantes conflitos entre Suêd e o ex-presidente estadual do PMB, Fabiano dos Santos.
Santos foi acusado, pelo PMB Nacional, de condutas inapropriadas — mas sem detalhes sobre o teor das citações. Mas, conforme apuração de Lauro Jardim, também do O Globo, o ex-presidente do PMB Paraná foi condenado em duas instâncias por desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Em defesa, alegou ter sido enganado por um deputado estadual e que não operou qualquer desvio.
Já ele, por sua vez, acusa que partidos distintos tenham comprado apoio do PMB.
Nessa briga, Cristina foi envolvida de maneira indireta. Uma vez que a indicação dela para liderar a chapa pela Prefeitura de Curitiba foi desaprovada pela diretoria nacional do PMB, que alegou que a candidata “não estava alinhada com as bases ideológicas” do partido.
Ainda nesse imbróglio, Irineu Fritz passou a liderar a cúpula paranaense do PMB. E, então, declarou sobre um possível apoio no segundo turno das Eleições 2024 em Curitiba: “estamos neutros. Não estamos apoiando a Cristina, nem o Eduardo”.
No entanto, há indícios de que, nos bastidores, os integrantes do PMB estejam mais alinhados aos discursos de Eduardo Pimentel (PSD) do que aos da candidata do próprio partido, Cristina Graeml.
Isso tem sido, inclusive, munição para Pimentel. Como o visto em debate na RICtv, no último sábado (19). Pouco antes do debate começar, Marcello Sampaio, secretário-geral do PMB, divulgou a informação de que Fabiano Santos havia sido preso em flagrante, em janeiro, por dirigir um carro roubado. Durante a exibição do debate, Pimentel mencionou o fato.
Para fechar o tópico, Santos afirmou, no plural, que não há conversa com “esse pessoal”, sem mencionar quem mais não teria diálogo com o novo diretório estadual e o diretório nacional do PMB. E conclui: “a (direção) nacional faz isso com o intuito claro de interferir na vitória do PMB aqui no Paraná”.
Em nota, a coordenação da campanha de Cristina Graeml afirma que a decisão sobre a neutralidade do PMB em relação às Eleições Municipais 2024 em Curitiba deve ser comentada por Irineu Fritz, novo presidente estadual do partido.
Bolsonaro decide não entrar no embate Pimentel x Cristina e será neutro na eleição em Curitiba
“A sorte está lançada, não irei até Curitiba, estou com a agenda certa até domingo (27)”, declarou Bolsonaro para a Gazeta do Povo. Com isso, o ex-presidente deixa subentendido que não apoiará declaradamente Eduardo Pimentel (PSD) ou Cristina Graeml (PMB) nas Eleições 2024.
Os dois candidatos disputavam, desde a pré-candidatura, o apoio de Bolsonaro. Eduardo Pimentel (PSD) declarou querer o apoio do ex-presidente e, para fortalecer esse apoio, incluiu na chapa, como vice, Paulo Martins (PL), partido de Bolsonaro.
Já Cristina, evidenciou ser a “única candidata da direita” em Curitiba. E acusou outros candidatos de se alinharem com a esquerda, como o próprio Eduardo, atual vice de Greca — que já fez elogios públicos ao presidente Lula.
Embora Pimentel parecesse ser oficialmente apoiado por Bolsonaro, com a indicação de Paulo Martins como o vice-candidato, às vésperas do primeiro turno, Cristina publicou um vídeo em que Bolsonaro recomendava o voto nela. Bolsonaro a orientava, no conteúdo, a desmentir supostos apoios dele em outros candidatos — sem mencionar quais — e a publicar um material dizendo “Bolsonaro recomenda o voto em Cristina Graeml”.
Essa disputa entre os dois, no entanto, se encerra com a decisão de Bolsonaro de não apoiar nenhum dos dois. Cristina mudou o tom do discurso e afirma ser apoiada pelo “time de Bolsonaro”. Pimentel, em entrevista à Gazeta do Povo, destacou o acordo político entre o PSD e o PL para essas Eleições e afirma que Bolsonaro não deve se posicionar por estar “feliz”, uma vez que os dois candidatos ao segundo turno apoiam o ex-presidente.
Sobre a decisão de neutralidade de Bolsonaro, a coordenação da campanha de Cristina Graeml também afirma que cabe a Irineu Fritz, novo presidente estadual do partido, comentar a situação.
Matéria atualizada às 18h26 com o posicionamento da campanha de Cristina Graeml sobre a decisão de neutralidade do PMB nestas Eleições.
Matéria atualizada às 20h27 com o posicionamento da campanha de Cristina Graeml sobre a decisão de neutralidade de Jair Bolsonaro nestas Eleições.
*Com informações de O Globo, Gazeta do Povo e BandNews FM Curitiba.
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