
Guto Silva: uma visão de governabilidade
“Quem planeja tem futuro. O Paraná foi pensado e planejado. Agora é só administrar para continuar crescendo”, destaca o secretário do Planejamento.
Há um consenso, dentro da estrutura governamental do Estado, de que o Paraná já foi suficientemente pensado e que agora é o momento de transformá-lo e é o que está acontecendo. Um dos espíritos mais lúcidos e responsável pelo mapeamento e planejamento do Estado, o secretário Guto Silva (PSD), não confirma e também não desmente quando perguntamos se ele é candidato ao Palácio Iguaçu em 2026: “Estou pronto”, responde.
Cauteloso, Guto Silva disse que está preparado e pronto, caso seja escolhido pelo grupo comandado pelo governador Ratinho Junior que, no momento, está na construção de um cenário nacional que objetiva a Presidência da República.
“Acredito que após a reforma do secretariado, que deverá ocorrer até o final deste mês, o governador passe a pensar nisto. No momento prefere não antecipar o debate eleitoral no Estado”, disse.

Nos corredores do Palácio Iguaçu, as vozes garantem que Guto Silva será o candidato à sucessão de Ratinho Junior. O mesmo ocorre na região sudoeste do Estado, base política do secretário de Planejamento.
Sempre ao lado do governador, Guto Silva também não deixa de olhar para os arredores do Centro Cívico, onde tem, também, dois fortes candidatos ao Palácio Iguaçu e que já confirmaram tal intenção: Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa e o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca.
Ainda no Palácio Iguaçu, fontes sussurram que Guto Silva teria as bênçãos do secretário da Casa Civil, João Ortega, braço direito de Ratinho Junior e do próprio apresentador, Carlos Massa (o ratão), pai do governador. Porém, não passam de especulações, ou seja, nada oficial. Mas, onde tem fumaça…
Olhar para o futuro e cuidado com os paranaenses
Quando afirma “estar pronto”, para assumir o Palácio Iguaçu, Guto Silva, 48 anos, aponta três passos importantes para a gestão do executivo estadual: investimentos pesados permanentes na infraestrutura – como um todo – para continuar crescendo entre 4 a 5% ao ano; olhar direcional para o problema do envelhecimento populacional do Paraná onde, estudos apontam que, em 2044 haverão mais idosos do que crianças; produtividade e educação de qualidade, aliados à tecnologia.
“Uma das minhas preocupações e que deve ser do governador também é em relação ao envelhecimento da população. O Estado tem que buscar soluções dentro de um olhar mais cauteloso no cuidar da família”, pondera Guto Silva.
“A população paranaense com 100 anos ou mais cresceu 39% em 12 anos”, completa. Com isso, o Estado ocupa a 11ª colocação entre os estados com mais pessoas centenárias, sendo a Bahia o líder com 5.336 pessoas. Na região Sul, fica atrás apenas do Rio Grande do Sul, que tem 1.536 pessoas que alcançaram um século de idade. Assim como nas outras faixas etárias de pessoas idosas, as mulheres são maioria entre a população centenária no Paraná, totalizando 71%.
Segundo dados do IBGE, Curitiba é o município paranaense que abriga o maior número de idosos com 100 anos ou mais, com 237 pessoas. A seguir, vem Londrina, com 65 idosos centenários, Maringá com 47, Cascavel com 31 e Ponta Grossa com 30.
Para ele, o agronegócio continuará a ser o carro-chefe do Paraná, pois com o crescimento global, hoje, de 8,5 bilhões de pessoas para 10 bilhões, o mundo precisa de alimentos e “nós estamos preparados para ampliar nossos mercados, como a Índia a Indonésia e outros países asiáticos”.
Guto Silva explica que a infraestrutura também receberá um impulso visando aumentar a produtividade. Com um PIB robusto, o estado pretende elevar sua receita e destacar-se na produção de biometano a partir do agronegócio.
Contudo, desafios incluem o envelhecimento da população e questões ambientais, abordadas por iniciativas sustentáveis e geração de energia limpa. O governo busca estratégias para fortalecer setores como avicultura, suinocultura e cadeia leiteira, enquanto promove a gestão eficiente de resíduos sólidos para impulsionar o desenvolvimento econômico.

Guto revela que o Executivo já tem, em mãos, todo o mapeamento para governança nos próximos anos. “Realizamos um diagnóstico completo, com cenário econômico e social, que espelha a necessidade dos paranaenses que ainda priorizam áreas como a saúde, educação e segurança pública”, explica o secretário do Planejamento.
Embora o Paraná seja o primeiro estado brasileiro no ranking da Educação (Idep), com a melhor educação do País, Guto Silva disse que, no levantamento do Plano de Governo, foi identificado que “precisamos investir mais na qualificação técnica para termos uma mão de obra de primeira linha para os próximos anos”.
A infraestrutura também precisa de um novo impulso, pois o Brasil, em comparação com muitos países do mundo, tem ainda um índice muito baixo de produtividade. Para reverter este quadro, “temos que qualificar a mão de obra”, disse.
O Paraná também figura como o número um do Brasil em sustentabilidade e vem crescendo no ranking da competitividade. “O governador Ratinho Junior não tem medido esforços no sentido de concentrar ações nas áreas da infraestrutura e do turismo, com total responsabilidade na área da biodiversidade”.
“Estamos dragando o Canal do Varadouro, no litoral norte para ampliar o turismo de navegação, construindo a Ponte de Guaratuba e vamos duplicar rodovias que dão acesso a Pontal do Paraná, onde há perspectivas da construção de um novo porto”, observou Guto Silva.
Com mapeamento das demandas regionais “que nos mostra um perfil próspero para o Paraná, não há como não crescer e se desenvolver à frente de outros estados da federação. Já passamos o Rio Grande do Sul e somos o quarto PIB brasileiro, o que nos coloca em posição confortável para a atração de novos investimentos”, pontuou.
A receita paranaense em 2024 foi de R$ 69,3 bilhões, com aumento de 5,5% em relação a 2023. As despesas aumentaram 8% – R$ 61,5 bilhões.
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