Seca afeta plantio de soja no Paraná após fim do vazio sanitário
Norte, noroeste, oeste e centro-oeste já estão autorizados a iniciar a semeadura, mas precisam de chuva
O tempo seco e a falta de chuva tem inviabilizado o plantio de soja nas regiões do Paraná já liberadas pelo vazio sanitário. O Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 6 a 12 de setembro, aponta que norte, noroeste, oeste e centro-oeste já estão autorizados a iniciar a semeadura da planta, mas ele ocorre de forma isolada e não mensurável em percentual.
No documento, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, em anos anteriores, pelo menos 1% da área já teria plantas de soja emergindo.
A estimativa para a safra 2024/25 é de 5,8 milhões de hectares plantados para colheita de 22,3 milhões de toneladas.
No dia 4 de agosto, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou o decreto de coloca o estado em situação de emergência causada pela estiagem. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a expectativa é de que em setembro seja registrado um acumulado de 38% de chuvas, número menor do que a média histórica para o período.
Vazio sanitário da soja
Em 2023, o vazio sanitário iniciou em 10 de setembro para todo o estado. Já em 2024, ele ocorreu de forma escalonada. Motivo pelo qual as regiões norte, noroeste, oeste e centro-oeste do Paraná já estão autorizadas a iniciar o plantio da soja, enquanto sul, leste, Campos Gerais e litoral têm permissão para plantas emergidas a partir de 19 de setembro, enquanto no sudoeste o período começa em 20 de setembro.
O que é vazio sanitário?
O vazio sanitário é um período de pelo menos 90 dias, no qual não é permitido manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento. A medida fitossanitárias, estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), tem o objetivo de controlar a ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. A doença é uma das mais severas que afetam a cultura da oleaginosa e pode causar danos em até 90% da produção.
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Trigo
Em relação ao trigo, o preço da saca pulou de R$ 75,57 para R$ 78,7 em um mês. O movimento incomum para um período em que o produto está sendo colhido e que costuma apresentar queda de preço ocorre devido às perdas elevadas causadas tanto pela geadas, como pela estiagem.
“O movimento, infelizmente, aconteceu de maneira tardia e não beneficia os produtores de forma integral, pois decorre das perdas de 17% sofridas tanto em função das secas quanto em função das geadas”, explicou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral.
Conforme o boletim do Deral, a projeção é que a perda da plantação de trigo seja ainda maior do que o levantado até agora, já que só poderá ser mensurada no final da colheita.
*Com AEN
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