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Paraná Banco recebe classificação AA-(bra) em Rating Nacional de Longo Prazo pela Fitch
(Foto: divulgação)

Paraná Banco recebe classificação AA-(bra) em Rating Nacional de Longo Prazo pela Fitch

A perspectiva do Rating Nacional de Longo Prazo é estável, conforme a Fitch Ratings.

Rafael Nascimento - sábado, 17 de agosto de 2024 - 15:28

A Fitch Ratings afirmou, nesta semana, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ e o Rating Nacional de Curto Prazo ‘F1+(bra)’ do Paraná Banco. A perspectiva do Rating Nacional de Longo Prazo é estável.

Fundamentos do Rating do Paraná Banco

Os ratings refletem a sólida qualidade de ativos do banco, capitalização robusta, e gestão prudente de liquidez. O foco em empréstimos garantidos e diversificação de receitas através de seguros contribuem para sua resiliência operacional.

A Fitch Ratings destaca o perfil de risco bem gerenciado e a alta qualidade de ativos, com baixa inadimplência e forte cobertura para possíveis perdas. Apesar de pressões recentes, a rentabilidade do banco é apoiada por estratégias que visam melhorar margens e eficiência operacional, com expectativas de recuperação gradual a partir de 2025.

Confira:

Capitalização e qualidade de ativos: os ratings do Paraná Banco refletem sua qualidade de ativos, que é consistentemente superior à média nacional do setor, além de sua capitalização e gestão conservadora da liquidez frente à sua captação de atacado. Os ratings também consideram um certo grau de resiliência na rentabilidade operacional do banco, apoiada pela atuação em empréstimos garantidos de baixo risco e pela diversificação de resultados provenientes de seguros.

Foco em empréstimos garantidos: na visão da Fitch, o perfil de negócios do Paraná Banco equilibra sua concentração no segmento de empréstimos consignados com alguma diversificação de receita proveniente dos resultados de seguros. Essa diversificação ajuda a mitigar a pressão sobre a rentabilidade operacional da empresa decorrente dos empréstimos consignados, que são altamente sensíveis aos ciclos de taxas de juros e mudanças regulatórias. Para melhorar a eficiência operacional e proteger as margens, o banco adotou recentemente um plano estratégico para reposicionar sua unidade bancária.

Perfil de risco moderado: a Fitch acredita que a dedicação exclusiva do Paraná Banco a empréstimos consignados apoia um perfil de risco bem gerenciado, com perdas historicamente baixas e volatilidade mínima. A análise da agência também considera os riscos de mercado associados a desajustes de ativos/passivos devido à natureza regulada e de taxa fixa dos empréstimos consignados. Esses riscos são parcialmente mitigados pela estratégia de hedge do banco. A intenção da instituição em diversificar seus negócios garantidos, incluindo empréstimos consignados do setor público e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), deve contribuir gradualmente para uma melhor composição de risco e margens ajustadas ao risco a longo prazo.

Forte qualidade de ativos: devido à sua combinação de ativos garantidos e padrões conservadores de concessão de crédito, o Paraná Banco mantém indicadores de qualidade de ativos melhores do que seus pares. Essa característica da carteira também protege o banco contra riscos associados a um potencial crescimento rápido de empréstimos. No final de março de 2024, o indicador de créditos duvidosos, que considera os empréstimos classificados como ‘D-H’, de acordo com a resolução do Banco Central do Brasil, era de apenas 2,1%. A alta cobertura, de 87,5%, para empréstimos duvidosos proporciona proteção adicional contra perdas inesperadas.

Rentabilidade individual pressionada: de modo geral, a Fitch considera que a rentabilidade do Paraná Banco é resiliente, apoiada por uma forte qualidade dos ativos e uma moderada diversificação proveniente do negócio de seguros. No entanto, métricas recentes têm mostrado uma tendência de queda. No primeiro trimestre de 2024, o lucro operacional melhorou para 1,7% dos ativos ponderados pelo risco, em comparação com 1,5% no ano fiscal de 2023, mas ainda está abaixo da média de quatro anos de 2,3%. Apesar da queda e das pressões nas margens financeiras, a adoção de medidas de reprecificação de ativos, o fortalecimento do canal de distribuição online e as iniciativas de eficiência de custos ajudaram a mitigar parte da pressão sobre o resultado operacional. A Fitch espera que a rentabilidade permaneça sob pressão no médio prazo. Contudo, prevê uma recuperação gradual a partir de 2025, apoiada por medidas que, se bem implementadas, ajudarão a melhorar a rentabilidade. Essas medidas envolvem o fortalecimento das linhas de crédito garantidas com melhores spreads, o aumento das oportunidades de vendas de produtos adjacentes e a otimização do financiamento e do capital, aproveitando sua robusta liquidez e capital regulatório.

Capitalização permanece adequada: o Paraná Banco mantém uma capitalização elevada frente aos requisitos regulatórios mínimos. Em 2023, houve uma redução na capitalização regulatória devido à distribuição de proventos, alinhada ao plano estratégico de eficiência de capital. O indicador de Capital Principal era de 15,4% ao final de março de 2024, comparado a 18,1% no período anterior. Apesar da diminuição, esse nível de capitalização continua adequado para o perfil de risco da entidade, considerando a robusta qualidade de seus ativos. A médio prazo, espera-se que o indicador de Capital Principal permaneça acima de 15%, em linha com o apetite de risco definido pela gestão.

Liquidez conservadora: a estrutura de captação do Paraná Banco é menos diversificada em comparação com a de seus pares na mesma categoria de rating. Aproximadamente 54% da captação é realizada junto a investidores institucionais, sendo complementada por depósitos de clientes, incluindo aqueles distribuídos por meio de corretoras. Contudo, a gestão de liquidez do banco é conservadora, e sua política de caixa disponível contempla recursos suficientes para cobrir aproximadamente 25% das captações totais. Nos últimos trimestres, o banco aproveitou um ambiente de custos favorável para substituir alguns depósitos intermediados por captação no atacado doméstico. A Fitch acredita que esse reequilíbrio melhorará a gestão de ativos e passivos e apoia a visão de que o banco tem um robusto acesso ao mercado.

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