Indústria
Importação de veículos elétricos cresce 560% no Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Importação de veículos elétricos cresce 560% no Brasil

A importação de carros elétricos movimentou US$ 1,2 bilhão nos primeiros seis meses do ano; China é o principal parceiro do país no segmento.

Rafael Nascimento - sábado, 28 de setembro de 2024 - 18:00

As importações de veículos elétricos cresceram 560% no primeiro semestre de 2024 no Brasil. Em contínuo crescimento, o setor de elétricos movimentou US$ 1,2 bilhão nos primeiros seis meses do ano em importações.

Os dados constam em levantamento feito pela Logcomex, empresa do setor de soluções em tecnologia. No mesmo período de 2023, as importações veículos com motor elétrico haviam acumulado US$ 184,3 milhões.

Além dos veículos 100% elétricos, as importações de automóveis com motor a pistão ou híbridos também registraram um crescimento significativo. Em 2024, o valor saltou de US$ 11,6 milhões registrados em 2023 para US $1,2 bilhão, aumento de mais de 10.259% no valor FOB. O volume registrado no 2º semestre de 2023, de US$ 439 milhões, já indicava essa forte tendência de alta, conforme o estudo.

Mercado de elétricos aquecido

Entre os fatores que aceleram o crescimento de elétricos e híbridos no Brasil estão a economia de combustível, especialmente diante dos altos preços da gasolina, a introdução de novas tecnologias e os incentivos fiscais oferecidos por diversos Estados.

“A redução da isenção do imposto de importação para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento da indústria nacional e fortalecer o mercado interno. Essa resolução estabelece uma retomada gradual das alíquotas e cria cotas iniciais para importações com isenção até 2026, promovendo a eficiência energética, a reciclagem e a sustentabilidade, questões cada vez mais valorizadas pelo consumidor brasileiro”, destaca Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex.

Em dezembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a Medida Provisória criando o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que visa estimular a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística e acelerar a descarbonização da frota nacional por meio de incentivos à produção e compra de veículos híbridos e elétricos.

Conforme dados da ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores -, as vendas desses veículos devem crescer 61% em 2024, atingindo a marca de 142 mil unidades.

Já a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) aponta que a venda de veículos eletrificados atingiu a marca de 79.304 emplacamentos entre janeiro e junho de 2024. Isso significa que em um semestre, o Brasil já vendeu mais que o dobro de carros do segmento durante o ano passado inteiro, que teve 32.239 unidades.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil quando o assunto são carros elétricos. No segundo semestre de 2023, as exportações do gigante asiático representavam 24% do total de veículos importados pelo Brasil. Tal percentual saltou para 52% no primeiro semestre de 2024.

“A ascensão da China como principal parceiro comercial do Brasil no setor automotivo é um reflexo direto da competitividade e inovação da indústria chinesa, além de uma estratégia de mercado que responde à crescente demanda por veículos eletrificados,” afirma Hofstatter.

Enquanto isso, a Argentina, tradicionalmente um dos principais exportadores para o Brasil, viu sua participação sair de 35% no segundo semestre de 2023 para 15% no primeiro semestre de 2024, com uma redução de 38% no valor FOB. Esse declínio abriu espaço para a diversificação de outros parceiros comerciais, com países como México, Alemanha e Estados Unidos ganhando relevância, ainda que com frações menores.

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