Concessão arrematada pela 4UM vai impulsionar arrecadação de municípios em MG

A concessão rodoviária da BR-381, localizada entre Belo Horizonte e Governador Valadares, em Minas Gerais, deve impulsionar a arrecadação de impostos de cidades por onde a rodovia passa. É o que projeta um estudo divulgado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).

A rodada de concessão da BR-381 foi realizada no fim de agosto e vencida pela 4UM Investimentos, empresa do Grupo JMalucelli especializada na gestão de recursos. O fundo reúne ações das empresas MLC, Aterpa, Carioca Engenharia e Senpar.

Conforme o levantamento, elaborado em conjunto com a consultoria Houer, as cidades mineiras serão beneficiadas com a arrecadação de ISS (Imposto sobre Serviços). O tributo de competência municipal incide sobre concessões rodoviárias federais.


A alíquota será definida por cada município, variando entre 2% e 5% sobre o faturamento mensal da concessionária. A arrecadação do tributo beneficia todos os municípios atravessados pela concessão – em geral, pequenas cidades.


É o caso, por exemplo, de Jaguaraçu, município com pouco mais de três mil habitantes, de acordo com o último Censo. Segundo o estudo, a cidade coletou cerca de R$ 278,6 mil de ISS em 2023, considerando todos os negócios e serviços tributados na cidade. Com a concessão da estrada, a estimativa é que a arrecadação municipal com o tributo salte para mais de R$ 2,08 milhões ao ano.

Cidades como Bom Jesus do Amparo, Nova União, Periquito, Naque, todas com menos de dez mil habitantes, também serão beneficiadas pela nova concessão.

R$ 9 bilhões em investimentos de infraestrutura, melhoria logística e empregos

O trecho da BR-381 arrematado pela 4UM Investimentos se estende por 303 km, no leste mineiro. A concessão prevê R$ 9,3 bilhões em investimentos entre obras e custos operacionais, com a remodelação completa de infraestrutura do trecho conhecido atualmente como “Rodovia da Morte”, pela precariedade e alto índice de acidentes.

Além de proporcionar maior fluidez do trânsito, considerado um dos grandes gargalos da rodovia, o estudo da FIEMG estima a redução de R$1,01 bilhão em despesas aos usuários (considerando gastos com combustível, lubrificantes, peças, pneus e tempo de transporte de cargas) e R$374,55 milhões em custos com acidentes, a partir da concessão e duplicação do trecho.

“A concessão da BR-381 representa um avanço significativo para transformar a principal rota logística de Minas Gerais, com potencial de impacto direto na vida de mais de 5 milhões de pessoas que vivem ao longo de seu trajeto. A iniciativa privada assumirá os custos que o poder público hoje não consegue cobrir integralmente, o que representa economia e arrecadação significativa para o Estado e retorno direto para a sociedade”, destaca o presidente da Houer e membro do Conselho de Infraestrutura da FIEMG, Fernando Iannotti.

Entre as obras previstas, estão duplicações, construções de faixas adicionais, passarelas ao longo do trecho e correções de traçado. Segundo a ANTT, a expectativa é que o projeto de concessão da BR-381 gere 80 mil empregos, entre diretos e indiretos.

A concessão arrematada pela 4UM também é considerada vital para o setor logístico mineiro, que acumula prejuízos pela atual situação da BR-381. “A dificuldade de escoamento de produção pela BR-381 acaba por impactar negativamente na instalação de indústrias em diversos municípios localizados às margens da rodovia. Nesse sentido, a região do Vale do Aço, por exemplo, acaba prejudicada na atração de novas indústrias por uma dificuldade logística de ligação com Belo Horizonte”, afirma Victório Semionato, diretor do Conselho de Infraestrutura da FIEMG.

Clique aqui e confira a íntegra do levantamento do FIEMG sobre a concessão da BR-381.

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