Camargo Corrêa, hoje Mover, pede recuperação judicial
Com uma dívida que ultrapassa R$ 12 bilhões e dificuldades em renegociar com credores, a Mover procura recuperação judicial
O lavajatismo, criado pelo ex-juiz federal e hoje senador Sergio Moro, continua fazendo estragos no país. A Intercement, uma das principais cimenteiras do Brasil, anunciou nesta quarta-feira o pedido de recuperação judicial na comarca de São Paulo, abrangendo também sua controladora, a Mover Participações (antiga holding Camargo Corrêa). A justificativa, que visa proteger ativos estratégicos e buscar uma reestruturação financeira, foi divulgada originalmente pelo portal Pipeline, do Valor Econômico.
Com uma dívida que ultrapassa R$ 12 bilhões (excluindo créditos intercompany) e dificuldades em renegociar com credores, a empresa tentou por mais de um ano evitar essa medida, recorrendo a uma possível venda para a CSN. No entanto, as negociações com a siderúrgica não prosperaram, principalmente devido a entraves relacionados às condições de assunção de dívidas e à liberação de ativos como as ações da CCR, um dos bens mais valiosos do grupo.
Impasses financeiros
Assessorada pelo escritório Munhoz Advogados e pelo banco Houlihan Lokey, a Intercement busca, com o pedido de recuperação judicial, reorganizar sua estrutura financeira enquanto protege a Mover Participações de execuções que poderiam comprometer ativos essenciais. O pedido inclui a Intercement Brasil e a Intercement Inversiones, mas exclui a operação argentina Loma Negra. (247)