
OAB Paraná cria setor de inteligência para coibir falsos advogados
A medida foi adotada após o aumento no número de vítimas dos criminosos que se passam por integrantes de escritórios de advocacia.
Um setor de inteligência para a investigação e a adoção de medidas contra o golpe do falso advogado iniciou os trabalhos neste mês, na OAB do Paraná. A comissão especializada quer aprimorar o conhecimento sobre as novas modalidades do golpe, além de trabalhar em conjunto com a Polícia Civil para o aprofundamento das investigações.
Na última semana, o setor pediu providências ao Tribunal de Justiça do Paraná para coibir o vazamento de dados dos processos em trâmite. Uma área no site da ordem também foi disponibilizada, para que tentativas do crime sejam informadas ao órgão.

O presidente da OAB Paraná, Luiz Fernando Casagrande Pereira, afirma que já recebeu uma resposta positiva do tribunal paranaense para impedir o acesso de processos reais por golpistas. Segundo ele, a medida deve ser implementada em breve.
“Anunciamos várias medidas para combater o golpe do falso advogado. Uma delas é dizer que nós tentaríamos evitar a fonte das informações para o golpe ser cometido e que se criem filtros para evitar o acesso as informações. Isso já está em curso e deve ser anunciado em breve. Também pedimos para a Secretaria da Segurança rigor na investigação, inclusive no interior do Estado”, explica.
Duas cartilhas de prevenção ao golpe do falso advogado também foram publicadas no site da OAB do Paraná. Os documentos reúnem as principais informações para se prevenir da ação dos estelionatários.
As medidas foram adotadas após o aumento no número de vítimas dos criminosos que se passam por integrantes de escritórios de advocacia, para pedir dinheiro para a expedição de alvarás ou para a liberação do pagamento de precatórios.
O advogado Rodrigo Kanayama explica o passo a passo para conferir a veracidade da mensagem, ao ser contatado por quem diz ser um advogado.
“Toda vez que se recebe algum contato de uma pessoa se identificando como advogado é preciso tomar alguns cuidados para evitar cair em golpes. Ao receber uma mensagem por WhatsApp ou ligação, é preciso confirmar a identidade do advogado por meio do site da OAB. A Ordem mantém um cadastro nacional atualizado para que a pessoa que recebe esse contato possa verificar dados básicos sobre o professional, como endereço, fotografia e telefone”, ressalta.
O estelionatário usa linguagem semelhante à utilizada por profissionais do direito, além de dados de processos reais, que são públicos. Nos casos mais sofisticados, até mesmo a simulação da voz dos advogados é usada para convencer as vítimas a realizar transferências via PIX.
O Tribunal de Justiça ou a Ordem dos Advogados do Brasil não exigem o pagamento diretamente pela pessoa, de valores via PIX, para a adoção de qualquer medida em processos. Se a transferência for solicitada por quem diz ser um advogado, a orientação é conferir atentamente a identidade do profissional e a necessidade do pagamento.
As tentativas ou golpes consumados devem ser informados à Polícia Civil, por meio da abertura de um boletim de ocorrência. A comunicação pode ser feita de forma presencial em uma delegacia, ou de forma online, pelo site da corporação.
*com BandNews Curitiba.
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