Incêndios florestais impactam na qualidade do ar de Curitiba e prejudicam a saúde da população
O índice de Partículas Respiráveis (MP2,5) alcançou 57,83 μg/m³, o máximo aceitável é 60 μg/m³
A qualidade do ar da região de Curitiba foi afetada pelos diversos focos de incêndio registrados no país nos últimos dias e apresentou as maiores médias diárias de poluentes do Paraná. Dados monitorados desde a última sexta-feira (16), período em que as ocorrências se intensificaram, revelam que o nível de partículas no ar sofreu uma elevação acima da média.
Na região da capital do Paraná, os número de Partículas Inaláveis (MP10) chegou a 106,42 μg/m³ (padrão de qualidade do ar), enquanto as Partículas Respiráveis (MP2,5) atingiram 57,83 μg/m³. Antes das queimadas, a média diária de MP10 ficava na faixa entre 10,3 μg/m³ e 52,38 μg/m³ na cidade, enquanto as médias de MP 2,5 se mantinham entre 3,31 μg/m³ e 24,67 μg/m³.
Os dados são do setor de Gerenciamento da Qualidade do Ar do Instituto Água e Terra (IAT), que analisa informações da qualidade do ar coletadas por 11 estações espalhadas pelo Paraná.
De acordo com o IAT, apesar do aumento de partículas no ar da região de Curitiba, os valores ainda estão dentro dos padrões aceitáveis estabelecidos pelo Índice de Qualidade do Ar (IQA) da Resolução Conama nº 491/18, definidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente e usados como referência pela equipe do IAT.
Conforme o índice:
- valores até 120 μg/m³ são considerados regulares para Partículas Inaláveis (MP10).
- 60 μg/m³ é o máximo aceitável Partículas Respiráveis (MP2,5).
João Carlos de Oliveira, membro da equipe de Gerenciamento da Qualidade do Ar do IAT, explica que as chuvas previstas para o próximo fim de semana irão ajudar a reverter esse quadro. “A chuva ajuda a remover essas partículas da atmosfera, o que diminui a quantidade de poluentes e melhora a qualidade do ar”, aponta o profissional.
Além dos dois índices, as estações do IAT também coletam dados de outros tipos de poluentes, como Partículas Totais em Suspensão (PTS), Dióxido de Enxofre (SO2), Monóxido de Carbono (CO), Ozônio (O3) e Dióxido de nitrogênio (NO2).
As 11 estações existentes coletam e enviam dados de forma automática ao IAT. Elas são instaladas em locais com alta concentração de poluentes, como indústrias ou áreas com grande fluxo de carros, em Curitiba (2), Cascavel, Araucária (3), Paranaguá, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e São Mateus do Sul.
A má qualidade do ar e a exposição aos poluentes atmosféricos estão ligadas ao aumento de casos de morbidade e mortalidade, causados por problemas respiratórios e cardiovasculares pelo mundo.
Os grupos de risco como crianças, idosos, pessoas com a imunidade vulnerável e portadores de doenças respiratórias preexistentes são particularmente mais atingidos.
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