Fim de uma era: vacina “gotinha” da poliomielite será aposentada
A partir de novembro, a dose oral será substituída pela vacina inativada poliomielite, injetável
A partir de novembro, a vacina oral contra a poliomielite, a famosa gotinha, vai sair de circulação no Brasil. A dose oral será substituída pela vacina inativada poliomielite, aplicada no formato injetável em todas as crianças que estão na faixa etária de imunização. A substituição tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As informações são da BandNews FM Curitiba.
O médico infectologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Victor Horácio de Souza, explica que a mudança visa garantir uma proteção mais segura contra o vírus da pólio, prevenindo contra casos da doença derivados da própria vacina.
“Já existia uma nota técnica do Ministério da Saúde para que ocorresse essa substituição em virtude da diminuição da circulação do vírus da polio. A gente lembra que a vacina da gotinha é uma vacina que faz com que muitas vezes as pessoas acabem eliminando o vírus nas fezes, um vírus inativado, não causador de doença, mas que pode fazer uma imunização para as pessoas que por acaso venham a ter contato. Como a gente tem uma queda grande no número de casos de polio mielite, não temos a circulação mais de um subtipo do vírus, a gente consegue com a vacina inativada fazer com que a proteção continue sendo tão eficaz quanto as vacinas de campanha”.
Em agosto, a cobertura vacinal da pólio oral polivalente (VOP), no Paraná, foi de 86,97%. A pólio injetável (VIP) registrou cobertura de 88,87% no estado. O preconizado pelo Ministério da Saúde é de 95%. As três primeiras doses da vacina devem ser aplicadas aos dois, quatro e seis meses de vida. O médico alerta que essa é a única forma de se prevenir contra a doença.
“A poliomilita é uma doença causada por um vírus que pode fazer paralisia flácida. Então o que isso significa? A criança ela para de andar, ela começa a ter uma dificuldade na movimentação, principalmente de membros inferiores. É uma doença que quem tem mais de 60, 70 anos viu muito no passado e que a gente deixou de ter exatamente por causa da vacinação. Então é uma vacina, é uma doença grave que tem vacina, uma vacina extremamente eficaz e que vai ajudar bastante a gente a evitar que essa doença volte a aparecer”.
Em Curitiba, a cobertura vacinal da pólio injetável (VIP), em agosto, foi de 76,75%. No caso da pólio oral (VOP), o índice foi de 76,10%. A vacina é oferecida gratuitamente pelo SUS. Na capital, as doses estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS).