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Estudo comprova que uso da cartilagem da costela é alternativa viável para rinoplastia
Foto: Freepik

Estudo comprova que uso da cartilagem da costela é alternativa viável para rinoplastia

Médica de Curitiba participou de estudo científico internacional, que demonstrou que o uso de cartilagem costal (retirada da costela) é uma alternativa para pacientes que não possuem estrutura suficiente na ponta do nariz para fazer rinoplastia

paranaportal - quinta-feira, 31 de outubro de 2024 - 14:51

Um estudo científico, publicado recentemente na revista científica da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) (em português: Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), comprovou que o uso de cartilagem costal (extraída da costela) é uma alternativa viável e eficaz para a rinoplastia — cirurgia voltada para melhora estética, funcional ou reconstrução do nariz. A pesquisa, da qual participou a otorrinolaringologista e cirurgiã curitibana Marina Serrato, mostrou que a cartilagem costal é particularmente útil e eficaz em alguns casos.

Conforme a cirurgiã, há casos de pacientes que possuem uma deficiência da pré-maxila (osso da face que sustenta a estrutura do nariz). E quando a base da ponta do nariz precisa de maior suporte nasal, para que a rinoplastia seja funcional, e o paciente não tem pré-maxila suficiente, o enxerto com cartilagem da costela é eficaz nesse tipo de reconstrução.

“O estudo mostrou que essa é uma abordagem bastante viável e traz excelentes resultados, tanto para casos estéticos, quanto para a melhora da funcionalidade respiratória”, afirma Marina.

Os médicos que realizaram o estudo consideraram, inicialmente, o resultado cirúrgico de 38 pacientes (5 homens e 33 mulheres) com idades entre 18 e 58 anos, entre os anos de 2021 e 2022. Destes, 20 foram selecionados para esse estudo. Todos foram operados por Marina e acompanhados ao longo de 12 meses.

O estudo comprovou que o uso da cartilagem costal levou à boa sustentação da ponta do nariz, trazendo excelentes resultados estéticos e funcionais na melhora da respiração. Nenhuma complicação como deslocamento do enxerto, cicatrização, extrusão ou infecções foi relatada. Apenas um paciente teve uma diferença na angulação e sustentação devido a um problema de saúde ocorrido antes da cirurgia.

Como é feita a retirada da costela para rinoplastia

A retirada da costela para uso na rinoplastia é feita através de uma pequena incisão na região do sulco infra-mamário, ficando pouco perceptível no pós-operatório. São retirados cerca de 3 cm de cartilagem, o suficiente para confecção de todos os tipos de enxertos. A retirada deste pequeno fragmento de cartilagem costal não tem qualquer repercussão clínica para o paciente.

O cirurgião torácico Gustavo Ramasco, que realiza a retirada da cartilagem da costela dos paciente nas cirurgias da Dra Marina, explica que utilizar a cartilagem como um enxerto tem como principal vantagem o baixo risco de rejeição, porque é do próprio paciente.

“É um enxerto bem robusto e que fornece material para que sejam feitos os moldes e os recortes necessários para dar sustentação e estrutura do nariz. Além disso, é uma opção excelente, quando bem indicada, para os pacientes que já tiveram cirurgias anteriores, para os pacientes que têm o septo muito fino ou que falta cartilagem para dar sustentação e mais projeção para a ponta nasal”, afirma.

Segundo Ramasco, a cartilagem retirada do tórax se regenera normalmente depois.

Virada de chave na qualidade de vida

Um exemplo prático da eficácia dessa abordagem é o caso do administrador Jeferson Rodrigues Cardoso, de 57 anos. Após três cirurgias de septo, Jeferson continuava enfrentando dificuldades respiratórias graves, que comprometiam seu sono e qualidade de vida. Ele tinha uma alteração do arcabouço cartilaginoso da ponta do nariz, que fazia que, durante a inspiração, a entrada do nariz se fechasse e ele não conseguisse respirar pelo nariz.

Mesmo assim, o administrador decidiu uma quarta tentativa de cirurgia. E a Dra. Marina constatou a necessidade do uso da cartilagem costal para reestruturar a base da ponta do nariz de Jeferson.

A cartilagem extraída da costela resolveu o problema de Jeferson. (Fotos: Divulgação)

“Eu acordava várias vezes por noite, com a boca seca, porque eu respirava com a boca. Tomava quase um litro de água durante a noite. Quando inspirava o ar mais forte, minha narina trancava, não me deixava respirar pelo nariz, porque a estrutura da narina era fraca. Depois da cirurgia, feita com o uso de cartilagem da costela, minha respiração melhorou completamente e também fiquei muito satisfeito com o resultado estético. No dia da cirurgia, voltei pra casa e pela primeira vez consegui dormir uma noite inteira, sem o nariz fechando e a boca seca“, conta Jeferson.

A cirurgia, que durou cerca de quatro horas e meia, melhorou também a estética do nariz, que ficou mais harmônica no conjunto facial.

Crescimento da rinoplastia

De acordo com dados da International Society for Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) – entidade internacional de cirurgia plástica, a rinoplastia foi um dos cinco procedimentos estéticos mais realizados no mundo em 2021, com destaque para o Brasil, que ocupa a segunda posição mundial em número de cirurgias plásticas. O estudo indica que mais de 63% das rinoplastias foram realizadas em pacientes de 19 a 34 anos.

Com o Brasil sendo um dos principais países no campo da cirurgia plástica, a presença de especialistas atualizados com os estudos científicos mais avançados reforça o papel do país como referência mundial em cirurgias estéticas e funcionais.

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