Curitiba terá a maior biofábrica de mosquitos de combate à dengue do mundo
A técnica dos Wolbitos é utilizada para controle de arboviroses, em especial a dengue, chikungunya e zika
A biofábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia (Wolbitos) em construção em Curitiba será a maior de todas as unidades do gênero no mundo, segundo o governo do Paraná. Localizada na área do Parque Tecnológico da Saúde, sob a responsabilidade do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado ao Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e World Mosquito Program (WMP), a previsão é de que ela comece a funcionar em 2025.
A técnica dos Wolbitos é utilizada para controle de arboviroses, em especial a dengue, chikungunya e zika. A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores conseguiram introduzir essa bactéria dentro dos ovos de Aedes Aegypti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, estes vírus não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão.
LEIA TAMBÉM:
- Dengue: Paraná ultrapassa três mil casos confirmados
- Adolescente de 15 anos morre de dengue em Abatiá, no norte do estado
A biofábrica de Curitiba atenderá a demanda vinda do Ministério da Saúde e da Fiocruz, com uma expectativa de produção de cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, priorizando municípios com alto risco de dengue.
As atualizações do projeto foram anunciadas nesta quarta-feira (30), no auditório do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba, em um evento comemorativo dos dez anos da implementação do Método Wolbachia no Brasil. A celebração teve a participação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ministério da Saúde, Fiocruz e representantes dos municípios beneficiados pelo projeto.
LEIA TAMBÉM:
- Piracema: proibição de pesca predatória começa na sexta-feira (1º) no Paraná
- Médica de Pato Branco é indiciada por suspeita de fraudar exames de câncer
Os mosquitos com Wolbachia são soltos em diversos locais no Brasil e no mundo. No Paraná, desde que as biofábricas para soltura inauguraram, em julho, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Atualmente, Joinville (SC), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN), são os outros municípios selecionados pelo Ministério da Saúde onde o método é aplicado.
Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos – WMP (World Mosquito Program). A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, esses dez anos desenvolvendo o projeto trouxeram resultados significativos de redução do mosquito transmissor. “Quando iniciamos , respaldados na ciência, tivemos resultados de quase 60% na redução de casos. O método não faz mal à população e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso do projeto”.
“Já solicitamos que a estratégia seja aplicada a outros municípios, além dos já selecionados no Estado. Não existe uma definição ainda, dependemos do Ministério da Saúde para essa escolha”, complementou a coordenadora da Sesa.
Fique por dentro das notícias do Paraná: Assine, de forma gratuita, o canal de WhatsApp do Paraná Portal. Clique aqui.