Cidades
Após ataques a indígenas do Paraná, Força Nacional reforça efetivo na região
Foto: Reprodução/Conselho Indigenista Missionário

Após ataques a indígenas do Paraná, Força Nacional reforça efetivo na região

Entre as vítimas está uma criança de quatro anos baleada na perna e um adolescente de 14 alvejado nas costas

paranaportal - segunda-feira, 6 de janeiro de 2025 - 08:16

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou o aumento de 50% no efetivo da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná. 

O Ministério da Justiça afirma que as ações adotadas já restabeleceram a ordem na região. “As medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões.”

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública garantiu que, diante do risco de novos ataques contra os indígenas Avá-Guarani no Paraná, equipes foram acionadas para intensificar o patrulhamento na área e auxiliar na realocação de moradores para regiões mais protegidas dentro da aldeia. 

“A situação permanece sob vigilância contínua pelas forças de segurança, com reforços programados para garantir a proteção da comunidade e mitigar novos riscos”, afirmou, em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Em novembro passado, a Portaria nº 812, do Ministério da Justiça, já havia autorizado, por 90 dias, o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na terra indígena.

Entidades que representam os povos indígenas criticaram a atuação da Força Nacional de Segurança Pública na região. Segundo eles, o desempenho do efetivo no conflito é baixo e não preserva a segurança das pessoas.

Em nota conjunta, divulgada neste sábado (4), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), a Articulação dos Povos Indígenas do Sul do Brasil (Arpin Sul), a Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpin Sudeste) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) avaliam que a Força Nacional age como se nada estivesse ocorrendo na região. “Ao ser permanentemente acionada pela comunidade ou inclusive por instâncias do governo federal, relativiza as denúncias e chega sempre atrasada, depois que os indígenas já foram agredidos.”

Ataque contra os indígenas Avá-Guarani no Paraná

Na noite de sexta-feira (3), quatro indígenas da comunidade Yvy Okaju (antigo Y’Hovy), do povo Avá-Guarani, foram feridos a tiros. As vítimas das armas de fogo são uma criança de 7 anos atingida na perna; um adolescente de 14 alvejado nas costas; outro indígena ferido na perna e um quarto que teve o maxilar perfurado por um projétil. A Polícia Federal do Paraná conduz as investigações para identificar os autores dos disparos.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem denunciado o acirramento dos conflitos na região, no momento que a comunidade aguarda a conclusão da demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá.

De acordo com a entidade, desde 29 de dezembro, o povo Avá-Guarani tem sido alvo de disparos de arma de fogo, lançamento de bombas contra a aldeia, além do ateamento de fogo na vegetação, em plantações e em moradias da terra indígena.

Há uma semana, imagens de sucessivos ataques sofridos pelos indígenas da região oeste do Paraná circulam em redes sociais.

Com Agência Brasil

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