Agronegócio
Focos de raiva no Paraná saltam de 148 para 203 em um ano
Foto: Arnaldo Alves/ Arquivo AEN

Focos de raiva no Paraná saltam de 148 para 203 em um ano

A região de Cascavel, no oeste, é a mais afetada com 105 ocorrências de janeiro até o início de novembro

paranaportal - sexta-feira, 8 de novembro de 2024 - 15:58

O Paraná já registrou 232 casos positivos de raiva animal em 203 focos da doença em 2024, mesmo antes do fim do ano, o número já é maior do que o do ano passado, quando o Estado catalogou 148 focos. Os dados são da divisão de Prevenção e Controle da Raiva e EET do departamento de Saúde Animal (Desa), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). 

De acordo com a chefe da divisão que realiza o monitoramento e o controle da doença no Paraná, a médica veterinária Elzira Pierre, a motivação do aumento desses casos no Paraná decorre da falta de vacinação preventiva nos animais.

“Muitos produtores não estão usando a vacina para prevenir a doença, mas sim somente depois que acontece algum caso em sua propriedade. Então, nosso alerta aqui é que façam o uso preventivo da vacina, não esperem chegar a doença na propriedade para vacinar seus animais” explicou Pierre.

Distribuição dos casos de raiva por cidades do Paraná

A região de Cascavel, no oeste, é a mais afetada com 105 ocorrências de janeiro até o início de novembro. Em seguida estão as regiões de:

  • Laranjeiras do Sul, no Centro:  27 casos
  • Ponta Grossa, com Campos Gerais:  19 casos
  • União da Vitória, no Sul: 17 casos
  • Dois Vizinhos, no Sudoeste: 16 casos
  • Curitiba: com 14 casos
  • Guarapuava, no Centro-Sul: 10 casos
  • Cornélio Procópio, no Norte: 9 casos
  • Paranavaí, no Noroeste: 6 casos
  • Umuarama, no Noroeste: 5 casos
  • Francisco Beltrão, no Sudoeste: 2 casos
  • Jacarezinho, no Norte Pioneiro: 2 casos 

Animais 

De acordo com a divisão de Prevenção e Controle da Raiva e EET, os casos de raiva diagnosticados no Paraná, distribuídos por 45 municípios dessas regiões, foram identificados em:

  • 199 bovinos
  • 18 equinos
  • 1 muar
  • 1 ovino
  • 6 suínos
  • 3 morcegos hematófagos 
  • 4 morcegos não hematófagos

Contenção 

Segundo a divisão de Prevenção e Controle da Raiva da Adapar, em cada caso positivo, um raio de 10 quilômetros é estabelecido ao redor da propriedade afetada para definir o perifoco. Esse mapeamento é realizado com auxílio do Sistema de Geoprocessamento, que identifica todas as propriedades com animais suscetíveis e localiza abrigos de morcegos hematófagos cadastrados.

Dentro dessa área delimitada, uma série de ações é colocada em prática. A vigilância ativa busca identificar novos casos suspeitos, com a coleta de material do sistema nervoso central de animais mortos para diagnóstico. Além disso, os técnicos orientam os produtores sobre a vacinação de animais suscetíveis e o uso de pasta vampiricida em casos de ataques por morcegos.

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A Adapar também realiza revisões nos abrigos de morcegos cadastrados, implementando medidas de controle populacional por meio de capturas estratégicas. Paralelamente, atividades de educação sanitária são promovidas junto à comunidade, utilizando diversos meios de comunicação para conscientizar sobre os riscos da doença e as formas de prevenção. Em situações em que pessoas tiveram contato com animais positivos, a agência notifica e encaminha os casos para o sistema de saúde, garantindo a proteção da população.

A detecção de sinais nervosos em herbívoros deve ser notificada imediatamente à Adapar no Escritório Local da agência mais próxima ou pelo link.

Raiva

A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central e não tem cura. É uma zoonose de grande importância em saúde pública devido à sua alta a letalidade de 100% com alto impacto socioeconômico. Ela pode afetar todos os mamíferos, incluindo seres humanos, e é transmitida principalmente pelo contato com a saliva de animais contaminados, sendo o morcego hematófago (vampiro) o principal transmissor para os herbívoros.

Os sinais mais comuns nos herbívoros incluem isolamento, salivação, incoordenação motora, paralisia dos membros traseiros e movimentos de pedalagem. Os animais infectados geralmente morrem de 3 a 7 dias após o início dos sintomas.

Com AEN

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