Morte de criança por bactéria Streptococcus deixa Cascavel em alerta

Após uma criança de cinco anos morrer devido a uma infecção pela bactéria Streptococcus pyogenes em Cascavel, no oeste do Paraná, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu um alerta para que profissionais de saúde e a população fiquem atentos aos sintomas da doença. 

De acordo com a 10ª Regional de Saúde, foram registrados seis casos graves da Streptococcus pyogenes nas cidades de sua abrangência: cinco em Cascavel e um em Santa Tereza do Oeste. Desses, apenas um paciente sobreviveu. Além do menino de cinco anos, as outras vítimas fatais são duas pessoas com idades entre 10 e 14 anos e duas entre 20 e 49 anos. 

“Nós tivemos nesse ano seis referências por infecção de Streptococcus pyogenes graves e desses seis pacientes infectados cinco perderam a vida. Então, a gente obrigado a chamar a atenção de toda a equipe médica seja privada ou pública e dos hospitais para que fiquem alertas, prestem mais atenção, para uma simples amigdalite porque esta pode ser provocada pelo Streptococcus pyogenes e pode levar para uma complicação na saúde desse paciente”, explica o secretário de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak.

Menino morre por bactéria Streptococcus pyogenes em Cascavel

Segundo Celia Ribeiro Leite Soares, mãe do menino que morreu após contrair a bactéria Streptococcus pyogenes em Cascavel, Felipe apresentou os primeiros sintomas da doença – vômito, febre e falta de apetite – no dia 1º de outubro e morreu perdeu a vida cinco dias depois, em 5 de outubro, no hospital.  

Devido a uma pneumonia agressiva resultante do agravamento de seu estado de saúde, ele foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. “O pulmão dele esquerdo estava totalmente comprometido, ele começou a ter parada [cardíaca], uma atrás da outra”, contou Celia, em entrevista à TV Tarobá

Ainda conforme a mãe, após a morte do filho, o pai de Felipe e uma tia dele também positivaram para a doença, mas iniciaram o tratamento com antibiótico e estão bem. 

Streptococcus pyogenes

A bactéria Streptococcus pyogenes costuma causar doenças leves como amigdalite e faringite e, em geral, não está associada a doenças invasivas, mas em alguns casos, o problema de saúde pode evoluir para situações mais graves. 

“É uma bactéria que pode estar presente colonizando as pessoas, 5 a 30% das pessoas são colonizadas por essa bactéria sem desenvolver doença, em alguns casos ela pode desenvolver doenças leves ou graves. A maioria dos casos é leve, às vezes com amigdalite ou doenças de pele”, explicou o Dr. Renan Pérsio. 

Algumas das principais doenças associadas a bactéria Streptococcus pyogenes incluem:

• Faringite Estreptocócica: Infecção da garganta que causa dor, febre e dificuldade para engolir.
• Escarlatina: Uma complicação da faringite estreptocócica, caracterizada por uma erupção cutânea e febre.
• Impetigo: Infecção de pele altamente contagiosa que resulta em feridas com crostas.
• Celulite: Infecção das camadas mais profundas da pele, levando a inchaço e dor.
• Fasciíte Necrosante: Uma infecção grave que destrói os tecidos moles, frequentemente chamada de “bactéria comedora de carne”.
• Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico: Uma condição rara, mas grave, que pode levar a falência múltipla de órgãos.
• Febre Reumática: Uma complicação que pode ocorrer após uma infecção por estreptococos, afetando o coração, articulações e sistema nervoso.
• Glomerulonefrite Pós-estreptocócica: Uma inflamação dos rins que pode ocorrer após a infecção por estreptococos.

Contágio

O contágio ocorre principalmente de duas maneiras:

1. Transmissão Direta: A bactéria é transmitida de pessoa para pessoa através do contato direto com secreções respiratórias, como saliva ou muco, de uma pessoa infectada. Isso pode acontecer ao tossir, espirrar ou falar.
2. Objetos Contaminados: A infecção também pode ocorrer pelo contato com superfícies ou objetos contaminados, como toalhas, utensílios ou brinquedos, embora essa forma de transmissão seja menos comum.

Com informações da TV Tarobá

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