Polícia retoma as buscas pelo corpo de adolescente grávida desaparecida no Paraná
Isis Mizerski foi vista com vida pela última vez em junho, antes de sair para se encontrar com o pai de seu filho
As buscas pelo corpo da adolescente Isis Victoria Mizerski, de 17 anos, desaparecida desde junho, foram retomadas nesta terça-feira (5) em uma zona rural de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. Ela sumiu após se encontrar com o vigilante Marcos Vagner de Souza, de 35 anos, com quem mantinha um relacionamento e de quem estava grávida.
De acordo com a Polícia Civil, a decisão de voltar a procurar pela jovem foi motivada pela conclusão de um laudo pericial que atestou a presença de um tipo de solo específico no carro de Marcos, que foi indiciado pelo homicídio da vítima e está preso.
A força-tarefa conta com o efetivo de policiais civis, policiais militares, bombeiros militares, além de três cães farejadores e seus condutores do Grupo de Operações de Socorro Tático do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR).
As buscas pela adolescente grávida desaparecida no Paraná estão previstas para se estenderem até a próxima quinta-feira (7). Até lá, as forças de segurança devem vasculhar uma área extensa, somente as zonas prioritárias de buscas somam 15 hectares, área correspondente a cerca de 21 campos de futebol.
Caso Isis Victoria Mizerski
A investigação sobre o caso Isis Victoria Mizerski foi concluída pela Polícia Civil no início de agosto deste ano. Marcos Vagner indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, dissimulação e feminicídio, aborto sem o consentimento da gestante e ocultação de cadáver.
Em coletiva de imprensa, concedida no dia 9 de agosto, o delegado Matheus Campos, responsável pelo relatório final do inquérito, informou que apesar do corpo da vítima não ter sido localizado, a polícia não tem dúvidas de que ela foi assassinada por Marcos.
De acordo com a investigação, Marcos – que é casado e pai de três filhos – não aceitou a gravidez de Isis e buscou opções para que ela fizesse um aborto, mas a jovem já havia contado para uma prima sobre a sua intenção de ter o bebê e afirmou que estava pronta para revelar a gestação, que até era secreta, para sua mãe.
Adolescente grávida desaparecida no Paraná
Isis foi vista com vida pela última vez na noite de 6 de junho, ao sair de casa para se encontrar com o suspeito e conversar sobre a gravidez. Antes de desaparecer, ela chegou a enviar sua localização para o celular da mãe, que entrou em desespero sem entender porque a filha estava em uma estrada remota, fora da cidade. Contudo, a mensagem foi apagada na sequência e a vítima não respondeu às inúmeras tentativas de contato dos familiares.
Segundo o delegado, é provável que o corpo da adolescente tenha sido ocultado em alguma área de mata entre Telêmaco Borba e Tibagi. Onde, inclusive, outras mulheres que também saiam com o homem casado relataram que costumavam serem levadas por ele para praticarem relações sexuais.
“Uma dessas testemunhas informou que em um desses encontros que eles tinham brigado. Inicialmente, ele dissimulou que as pazes foram feitas, a levou em um desses locais ermos da estrada e começou a ameaçar e a bater. Inclusive ameaçando que iria matá-la e que se ele matasse ali, sumiria com o corpo dela e ela nunca seria encontrada”, disse Campos, durante a entrevista.
Desde o início da investigação, foram realizadas inúmeras operações de busca. Agentes da polícia, do Corpo de Bombeiros, de outras forças de segurança e voluntários vasculharam a região com a ajuda de cães farejadores, mas Isis não foi encontrada.
“A situação pode ser comparada ao caso de Eliza Samudio, ocorrido em Minas Gerais, em 2010. O corpo dela nunca foi localizado, mas o óbito foi atestado e o principal suspeito indiciado por homicídio e ocultação”, afirmou o delegado.
Campos destacou ainda que as buscas pelo corpo da adolescente grávida continuam.
No inquérito, a polícia também ressaltou que após o encontro com a jovem, o suspeito “tentou forjar três álibis, incluindo uma mensagem em um grupo informando que estaria chegando em casa, quando na verdade não estava.”
O documento com o resultado da investigação sobre o Caso Isis foi encaminhado para o Ministério Público do Paraná (MP/PR), que nos próximo dias deve aceitar ou não a denúncia.
O suspeito
O vigilante foi tratado como suspeito devido ao seu relacionamento extraconjugal com a vítima, mas fugiu de Tibagi antes de prestar esclarecimentos à polícia. Ele se entregou no dia 17 de junho, na cidade de Francisco Beltrão, no sudoeste do estado, após ser considerado foragido.
Marcos está preso desde então e nega o crime. No dia 8 de agosto, ele chegou a ter o pedido de prisão revogado, mas cerca de 12 horas depois foi expedido um pedido de prisão preventiva contra ele.
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