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Ex-presidente do Athletico detona gestão e cobra “choque de democracia”
(Foto: Divulgação)

Ex-presidente do Athletico detona gestão e cobra “choque de democracia”

Marcus Coelho foi o mandatário na campanha do título brasileiro em 2001

Pedro Melo - segunda-feira, 9 de dezembro de 2024 - 18:10

Marcus Coelho, presidente do Athletico no título do Campeonato Brasileiro de 2001, divulgou uma carta aberta aos torcedores. O ex-mandatário criticou a gestão “arbitrária” que culminou no rebaixamento para a Série B e pediu “choque de democracia”.

LEIA A CARTA DIVULGADA POR MARCUS COELHO, EX-PRESIDENTE DO ATHLETICO

Nos prometeram o título mundial. Nos entregaram o rebaixamento. Viveríamos a maior glória do futebol até o ano do centenário do Athletico. Sofremos o maior vexame do Furacão em cem anos de história.

Arrogância. Prepotência. Incompetência. Azar. Faça as suas escolhas. É tudo verdade? Qual a sua opinião? Eu tenho a minha, que mistura paixão e razão, de quem vive o amor pelo Rubro-Negro há décadas, de quem dirigiu o clube e conhece os desafios da gestão esportiva.

Foi uma morte anunciada. Havia indícios, fortes, de que o elenco necessitava de reforços. O treinador Cuca, atleticano e de carreira vitoriosa, pediu dois, três nomes de indiscutível qualidade. O que fizeram? Trouxeram jogadores marginalizados no Vasco e no Bahia.

Pior, perdemos o Cuca, em circunstâncias que revelaram a inabilidade da diretoria para conter crises. E diante de um desafio que se agravava, momento chave na temporada, o substituíram por profissionais absolutamente iniciantes.

Não foi por falta de aviso. Não foi por falta de alerta. Foram advertidos, diversas vezes, por pessoas experientes, com trabalhos importantes dentro do clube, de que o elenco era fraco. Mas, diziam que torcíamos contra.

Torcemos, sim, e até o último minuto, para que o Athletico permanecesse na 1ª Divisão. Para que 100 anos de trajetória não fossem manchados indelevelmente, logo em uma temporada tão simbólica. Aconteceu.

Como tudo na vida, os regimes autoritários, um dia, se esgotam. O déspota perde a força, por diversas razões. E os subservientes que o cercam nunca possuem o ímpeto do comandante, mas guardam alguns dos seus piores traços.

É extremamente grave a queda de um clube com capacidade financeira, estrutura e organização, para a Série B do Nacional. Há, sem dúvida, muito mérito ao longo desses últimos anos. Mas as atitudes necessitam ser mudadas, e com urgência.

O Athletico precisa de um choque de democracia. Mais: precisa de um choque de humildade. E precisa, também, de um choque de empatia. Felizmente, nada se encerra por aqui. Há muito pela frente, como sempre.

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