Economia
No Paraná, comer fora ficou 30% mais caro em 5 anos
(Foto: Freepik)

No Paraná, comer fora ficou 30% mais caro em 5 anos

No país, aumento da refeição completa superou a alta do salário mínimo em cinco anos

Bárbara Hammes - BandNews FM Curitiba - sábado, 24 de agosto de 2024 - 12:00

Comer fora de casa no Paraná ficou 30% mais caro em cinco anos. Os dados são de uma pesquisa da + Valor, feita pela Ticket. Neste ano, o preço médio da refeição completa no estado é de R$ 46,48. Em 2019, era de R$ 35,81. O aumento, contudo, fixou 11 pontos percentuais abaixo da alta do salário mínimo no mesmo período: cenário contrário ao registrado em todo o país.

Na avaliação do economista Lucas Dezordi, um dos fatores para tornar o ato de comer fora mais barato no Paraná, em relação aos outros estados do Brasil, é o protagonismo paranaense enquanto produtor de alimentos.

“O Paraná tem um grande benefício de ser um dos grandes produtores de alimentos no mundo e no Brasil. O Paraná é realmente o supermercado do mundo. Por exemplo, nós somos os maiores produtores de aves, nós somos os maiores produtores de tilápia, nós somos o segundo maior produtor de suíno. Então, regiões próximas dessas redes produtoras, elas se beneficiam de um custo de transporte menor. Então, observo que no Paraná, com a virtude dessa forte produção, a gente teve um impacto menor no que se desrespeita o aumento dos commodities, principalmente alimentícios”, explica Dezordi.

Comer fora no Brasil compromete 73% do salário mínimo

No Brasil, o valor médio da refeição completa aumentou 49% desde 2019, enquanto o salário teve incremento de 41%. Para quem precisa almoçar fora de casa de segunda a sexta, sem auxílio-refeição, o gasto corresponde em média a 73% do salário mínimo: R$ 1.032. Uma realidade que impacta diretamente no orçamento das famílias, como ressalta o economista.

“Quando você tem um aumento dessa magnitude no item tão importante, no que se diz respeito ao orçamento familiar, você aumenta muito o custo de vida das famílias brasileiras e das diversas regiões do nosso país. Então, por exemplo, Índice de Preço Consumidor Amplo, Alimentos e Bebidas (IPCA), o grupo representa em torno de até 23% do orçamento das famílias. Então, é uma representação importante e uma preocupação maior das famílias em administrar esse orçamento e consequentemente essas despesas”, pontua o economista.

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