
Ideal era inflação estar a 3%, diz Haddad sobre meta de alta nos preços
“Os países todos estão com dificuldade de trazer a inflação para a meta, mas nós temos condição”, afirma o ministro da Fazenda.
Em condições ideais, o índice de inflação deveria estar em torno dos 3% previstos na meta do Banco Central, disse o ministro Fernando Haddad (Fazenda), nesta sexta-feira (21) em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.
De acordo com Haddad, a alta nos preços se deve ao crescimento da renda observado no país em 2024 e na escalada do dólar, sobretudo em dezembro, quando a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 6,27.
“Estamos lidando com esse repique de preços para trazer ele de volta para o patamar tolerável. Está fora da meta, então nós temos que colocar a inflação dentro da meta”, disse.
Hoje, o IPCA (índice de referência da inflação calculado pelo IBGE) acumulado nos últimos 12 meses está em 5,06%, sendo que o topo da margem da meta estabelecida pelo BC é de 4,5%. O governo, segundo o chefe da Fazenda, trabalha para estar dentro da margem.
“O ideal é trazer [a inflação] o mais perto possível de 3%, como já aconteceu. Poucas vezes, é verdade. Desde que existe o Plano Real, em apenas três anos a inflação ficou abaixo de 4%. Os países todos estão com dificuldade de trazer a inflação para a meta, mas nós temos condição”.
Neste ano, o dólar baixou para o patamar de R$ 5,70 e há expectativa de supersafra. O governo espera que isso alivie os preços, sobretudo dos alimentos, ponto sensível para o governo Lula.
“Pelo segundo ano consecutivo nós tivemos o maior Plano Safra da história. O do ano passado está sendo colhido agora, e nós vamos ter uma boa safra. Isso vai ajudar”, disse.
Além disso, Haddad atribuiu a disparada do dólar entre novembro e dezembro do ano passado a um frenesi do mercado, causado por desconfiança sobre o anúncio das pretensões do governo de isentar do Imposto de Renda as pessoas com ganhos mensais abaixo de R$ 5.000.
Segundo o ministro, havia um temor de que não houvesse contrapartidas adequadas para compensar o buraco, agora estimado em R$ 27 bilhões, que essa medida deixaria nas contas públicas. “Quando fizemos o anúncio, a corrida para subir juro e comprar dólar aconteceu.”
“Quando apresentamos o projeto e o projeto se mostrou equilibrado, o dólar caiu e a Bolsa subiu”, afirmou o chefe da Fazenda.
A entrevista ao Inteligência Ltda., com cerca de 5 milhões de inscritos no YouTube, marca a segunda ida do ministro a um podcast no mesmo mês, em um momento de baixa popularidade do governo Lula. Há duas semanas, Haddad participou do Flow.
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