Economia
Governo deve subir teto de juro do consignado, prevê Banco do Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Governo deve subir teto de juro do consignado, prevê Banco do Brasil

O atual teto foi definido pelo Conselho Nacional de Previdência Social em maio, quando a Selic ainda estava em trajetória de queda

Folhapress - quinta-feira, 14 de novembro de 2024 - 12:46

O Banco do Brasil acredita que o governo deve subir o teto de juros da modalidade consignado INSS por conta da alta da Selic –a taxa básica de juros subiu de 10,50% para 11,25% nos últimos meses e a expectativa do mercado é que se aproxime dos 13% em 2025.

O atual teto foi definido pelo Conselho Nacional de Previdência Social em maio, quando a Selic ainda estava em trajetória de queda. Recentemente, segundo bancos privados, a operação deixou de ser rentável, o que os levou a reduzir a oferta da rentabilidade.

Segundo Tarciana Medeiros, presidente o Banco do Brasil, esse não é o caso da estatal no momento, que visa, inclusive, expandir essa oferta de crédito. “Caso o patamar não dê rentabilidade, vamos conversar com o Ministério [da Previdência Social] para ajustar o teto conforme a necessidade”, disse Medeiros a jornalistas, ao comentar o balanço do banco referente ao terceiro trimestre de 2024.

“Eles já devem estar prestando atenção nisso, porque daqui a pouco, realmente, a tendência vai ser todos os bancos fecharem [a oferta]“, completou a CEO.

A próxima reunião do Conselho Nacional de Previdência Social está marcada para 28 de novembro.

O crédito consignado é um empréstimo feito por aposentados e pensionistas do INSS com desconto direto no benefício. É possível comprometer até 45% da renda mensal -35% com o empréstimo pessoal, 5% com o cartão de crédito e 5% com o cartão de benefício- e pagar as parcelas em até 84 meses (sete anos).

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Essa modalidade representa 42,2% dos empréstimos do BB a pessoas físicas, e alcançou R$ 137,2 bilhões em setembro, um aumento de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2023. Quase todas as operações de consignado (97,5%) do banco realizadas com servidores públicos e aposentados ou pensionistas, o que a torna mais segura e estável.

“É uma carteira de crédito que nós crescemos e nós vamos continuar investindo, e que tem um custo diferente para nós em relação a bancos que precisam distribuir [o consignado] através de correspondentes bancários”, diz Tarciana.

RAIO-X | BANCO DO BRASIL
Fundação: 1808
Lucro no 3º trimestre de 2024: R$ 9.515 bilhões
Agências: 3.997
Funcionários: 87.580
Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal

POR JÚLIA MOURA, DO RIO DE JANEIRO

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