
Energias renováveis no campo avançam no Paraná
Em 2024, usinas instaladas no meio rural paranaense somam 178,3 mil kilowatts de potência. Mais de 7,1 mil propriedades passaram a gerar sua própria energia.
O pequeno pecuarista Darci Fernandes pensava em um modo de reduzir os custos de produção em sua propriedade voltada à bovinocultura de leite, em Nova Prata do Iguaçu, na região Sudoeste do Paraná. Como a energia elétrica era uma das despesas que mais pesavam, o produtor ponderou que gerar a própria energia poderia ser uma solução. Financiou, então, a instalação de uma usina solar fotovoltaica, que começou a operar em fevereiro de 2024. O empreendimento representa, desde então, economia para o bolso do produtor.
“Eu entrei nessa por causa do custo da energia. Esta va muito alto! Eu pagava uma média de R$ 500 por mês. Agora, pago a taxa mínima de uso da rede da Copel, que é de menos de R$ 30”, diz Fernandes. “É uma coisa que eu deveria ter feito há muito tempo. Não tem por que o produtor não aderir”, acrescenta. Fernandes faz parte de um contingente em franca expansão no meio rural do Paraná. Só no ano passado, ais de 7,1 mil produtores rurais paranaenses recorreram à instalação de usinas solares ou de biogás em suas propriedades. A energia gerada nessas novas fontes abastece mais de 10,7 mil unidades consumidoras. Dos 399 municípios paranaenses, 383 tiveram conjuntos de energias renováveis instalados em 2024.
O resultado não poderia ser mais expressivo: ao longo o ano passado, o Paraná liderou o avanço nacional das energias renováveis no meio rural, em potência instalada. Os conjuntos em propriedades rurais paranaenses têm capacidade, juntos, BI 1628 Darci Fernandes, que aderiu recentemente à energia renovável
Energia democrática
383. Esse é o número de municípios do Paraná que tiveram conjuntos de energias renováveis instalados em 2024 para gerar 178,3 mil kilowatts (kW), o que corresponde a 18,4% da potência instalada no campo de todo o Brasil, no ano passado. Em segundo lugar no ranking, aparece Minas Gerais, com capacidade para gerar 119,7 mil kW (o Estado mineiro é quase duas vezes maior que o Paraná em área e tem mais que o dobro de municípios).
“Esse fenômeno não aconteceu da noite para o dia. Existe todo um trabalho institucional por trás. Há mais de uma década, o Sistema FAEP vem atuando firmemente para levar informações qualificadas a produtores rurais, desde estudos técnicos e seminários realizados em todas as regiões do Estado até viagens técnicas internacionais. Nós estimulamos os nossos agricultores e pecuaristas a aderir, pois as energias renováveis deixaram de ser o futuro para se tornarem o presente”, afirma o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Com usinas próprias, Sistema FAEP dá exemplo a produtores e entidades Além de levar informações técnicas ao setor, desde 2021, o Sistema FAEP dá um exemplo de sustentabilidade a produtores e entidades. Naquele ano, a instituição inaugurou sua primeira usina solar fotovoltaica, passando a gerar a própria energia. Instalada no Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) de Assis Chateaubriand, o conjunto tem potencial para reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) em 18,2 toneladas por ano.
São 220 painéis fotovoltaicos, com capacidade de gerar 181,8 mil quilowatts/hora (kW/h) por ano. A energia produzida abastece outras unidades do Sistema FAEP, inclusive na sede, em Curitiba. Com isso, a entidade garante sua autossuficiência energética, gerando uma economia de R$ 103 mil por ano.
Em dezembro do ano passado, o Sistema FAEP foi além e inaugurou outra usina, desta vez no CTA de Ibiporã. O conjunto recém-inaugurado tem as mesmas dimensões e estrutura do complexo de Assis Chateaubriand. “Com essas duas usinas, nós damos um exemplo para o Paraná. Nós não só pregamos a sustentabilidade, como adotamos no nosso dia a dia. Afinal, práticas sustentáveis estão na rotina do produtor rural e com o Sistema FAEP não é diferente”, diz Ágide Eduardo Menegette, presidente interino da entidade. “Isso sem falar no fator econômico: estamos gerando nossa própria energia e reduzindo custos”, complementa. (Com assessoria de comunicação do sistema Faep).