Segundo turno, um duelo de direita, buscando votos de esquerda
Eduardo Pimentel e Cristina Graeml disputam os eleitores de Luciano Ducci
Um dia antes das eleições, no sábado, 05, houve um sinal de alerta na assessoria jurídica da candidatura de Eduardo Pimentel à Prefeitura de Curitiba. Alguma coisa não estava certa em referência a pesquisa Quaest, encomendada pela RPC, que seria divulgada no mesmo dia. Na mesma semana, havia acendido uma luz amarela na coordenação da mesma campanha com a postura agressiva da candidata de extrema-direita Cristina Graeml. Perceberam que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha pulado fora da canoa, deixado de lado o candidato do PL, Paulo Martins, sua indicação, para sinalizar apoio à candidata jornalista. Ratinho Junior foi traído há poucos dias das eleições.
Para explicar o fenômeno Cristina Graeml, é preciso consultar as páginas do livro “Engenheiro do Caos”, que mostra como as redes sociais elegeram Donald Trump, nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro, no Brasil. Disseminação do ódio, envolvimento com religião, desconstrução da democracia, enfim, um vale tudo que pela primeira vez, teve o Brasil como laboratório.
Sobre a pesquisa, o diretor do Quaest, Felipe Nunes, nos conta que “desde a primeira rodada eu dizia que esta seria uma das eleições mais competitivas de Curitiba. Isto, porque o grau de indecisão estava muito alto. 60% diziam até pouco antes do primeiro turno que não tinham candidatos escolhidos. Isto é um sinal que os pesquisadores entendem como possibilidades de mudanças muito bruscas na reta final. E foi exatamente o que aconteceu. O apoio do governador Ratinho Junior e do prefeito Rafael Greca, deu a Pimentel uma grande força de largada. Mas quem teve a maior força de chegada foi Cristina Graeml, outro candidata do campo conservador. O segundo turno vai ser um duelo de direita, curiosamente buscado o voto da esquerda, representada pelo deputado Luciano Ducci, apoiado pelo presidente Lula.”
Às vésperas da eleição, as pesquisas espontâneas da Quaest registravam que metade dos brasileiros não havia escolhido seu candidato a prefeito e 43% dos eleitores informavam que decidiriam seu voto na hora de ir votar. De acordo com a empresa, isso tem relação com o amadurecimento do eleitor, que prefere avaliar o cenário por mais tempo, principalmente nas cidades em que a disputa foi mais acirrada.
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A Quaest acertou a vitória em primeiro turno dos prefeitos reeleitos de Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luiz, Macapá, Boa Vista, Rio Branco, Florianópolis e Maceió. Em São Paulo, na eleição mais apertada da história, a Quaest adiantou os resultados finais dos três candidatos e mostrou o impacto da abstenção.
Desde os primeiros levantamentos, a empresa de pesquisa apontou três as principais tendências da eleição municipal de 2024: a força das máquinas municipais na reeleição dos prefeitos, o crescimento da direita na reta final e a dificuldade dos candidatos de esquerda de aproveitar a aprovação do governo Lula em suas cidades.
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