Loucura das pesquisas políticas em Curitiba. Um descompasso que bagunça a cabeça do eleitor
Veja quanto custa, em média, uma pesquisa de intenção de votos para candidatos a prefeitura da capital
Esta semana os eleitores curitibanos foram bombardeados por pesquisas políticas de intenção de votos para a Prefeitura de Curitiba que mexeram com a cabeça de todo mundo, inclusive dos analistas e cientistas políticos. A Quaest, encomendada pela RPC, causou um reboliço, com alguns comitês de campanhas soltando rojões e outros apagando incêndios. O Instituto IRG divulgou sua planilha e bagunçou tudo, tipo, passem a régua, não é bem assim… Para mexer ainda mais nesse louco caldeirão, um terceiro levantamento aumentou o número de consultas a psicólogos, psiquiatras e hospitais para doentes mentais.
Existem várias metodologias para a realização de pesquisas eleitorais. Cada instituto pode usar métodos diferentes para coletar dados, como amostras de tamanho diferente, abordagens distintas para seleção de entrevistados, ou perguntas formuladas de maneira diferente. Dependendo da metodologia, pode influenciar os resultados, através de manipulações de dados para criar uma percepção favorável ou desfavorável em relação a um candidato. As pesquisas têm uma margem de erro, que pode variar de acordo com o tamanho da amostra. Em algumas pesquisas, uma diferença de 7% a 10% pode ainda estar dentro da margem de erro.
No início da campanha o mais importante é a rejeição e a forma como rejeição é apresentada: se é a líquida ou a informação é composta por alguma condicionante. Pelos resultados gerais dá para dizer que teremos segundo turno, diferente de 2020. Temos 4 candidatos que começam dentro da margem de erro.
Surpresa negativa, no caso da Quaest, foi o desempenho de Eduardo Pimentel, que teve muito mais exposição que os demais nos últimos meses e conta com a coligação mais forte, além de listas de candidatos à câmara mais consistente. Mas, ele deve se aproveitar o maior tempo que terá no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral no Rádio e TV. A partir desta sexta-feira (29) para ganhar espaço.
Surpresa positiva foi a posição de Requião, o que indica um recall de seu nome, pois não é um grande influenciador digital, nem conta com lista forte de candidatos a vereador, pois seu partido é nanico. Terá dificuldades para manter a posição, pois não contará com tempo de HGPE e tem poucos recursos para campanha. Ducci e Leprevost ainda são incógnitas quanto ao desempenho na campanha. Dependerão do HGPE e diferencial de desempenho nos debates.
No sistema do TSE onde estão registrados os dados das pesquisas eleitorais. IRG e Quaest, segundo informações dos diretores dos dois institutos, os levantamentos foram feitos face a face. A primeira com amostra de 1000 e a segunda com amostra de 900. No mesmo período, tinha que dar muito parecido. No entanto, a IRG diz que a pesquisa custou R$ 10 mil e a Quaest diz que R$ 87.300,00. Não se faz pesquisa face a face a um custo de R$ 10 reais o questionário. O valor da Quaest está muito mais próximo da realidade, com cerca de R$ 100,00 o questionário. Daí já dá para ver uma possível origem da diferença.
Para fechar esse caixão, registro a inteligente ressalva do jornalista Zé Beto. “A diretora da Datafolha disse que uma pesquisa para ter 3% de margem de erro tem que ter, no mínimo, 1.200 entrevistas. Ontem a RPC publicou pesquisa da Quaest com margem de erro de 3% com apenas 900 entrevistados”.
Pesquisas políticas em Curitiba
Quaest:
- Eduardo Pimentel (19%)
- Luciano Ducci (18%)
- Roberto Requião (18%)
- Ney Leprevost 14%
Instituto IRG:
- Eduardo Pimentel (28%)
- Luciano Ducci (16%)
- Ney Leprevost (14,6%)
- Roberto Requião (10%)
Atlas Intel
- Eduardo Pimentel (38,2%)
- Luciano Ducci (12,3%)
- Cristina Graml (11,6%)
- Roberto Requião (10,5%)
- Ney Leprevost (9,8%)
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