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Entenda o tumor de pâncreas, doença que matou Léo Batista
Imagem: Freepik

Entenda o tumor de pâncreas, doença que matou Léo Batista

Alta mortalidade e dificuldade de detecção precoce; veja os principais sintomas

Hernani Vieira - terça-feira, 21 de janeiro de 2025 - 10:29

O tumor de pâncreas é uma das doenças mais desafiadoras enfrentadas pela medicina moderna. Embora não seja tão comum quanto outros tipos de câncer, como os de mama, próstata ou pulmão, ele tem ganhado destaque devido à sua alta mortalidade e dificuldade de detecção precoce.

Este tumor representa cerca de 3% de todos os casos de câncer no mundo, mas é responsável por aproximadamente 7% das mortes por câncer. O número assusta: a sobrevida em cinco anos, mesmo nos melhores cenários, é inferior a 10% para casos avançados. A doença afeta principalmente indivíduos acima dos 60 anos, com ligeira predominância em homens.

Embora a causa exata do tumor de pâncreas não seja totalmente compreendida, alguns fatores aumentam significativamente o risco:

  • Idade avançada: O risco cresce após os 60 anos.
  • Tabagismo: Uma das principais causas evitáveis.
  • História familiar de câncer pancreático: Predisposição genética é um fator importante.
  • Obesidade e sedentarismo: Associados a alterações metabólicas que favorecem a doença.
  • Diabetes mellitus: Sobretudo quando de início recente e sem causa aparente.
  • Pancreatite crônica: Inflamações persistentes do pâncreas podem predispor à malignidade.

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O grande problema do tumor de pâncreas é que, na maioria das vezes, ele se desenvolve de forma silenciosa. Quando os sintomas aparecem, a doença já costuma estar em estágio avançado. Os sinais mais comuns incluem:

  • Dor abdominal persistente que pode irradiar para as costas.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), devido à obstrução dos canais biliares.
  • Alterações no apetite e na digestão.
  • Diabetes de início recente, especialmente em pessoas sem histórico familiar.

Infelizmente, o prognóstico do tumor de pâncreas é sombrio na maioria dos casos. A doença tende a ser diagnosticada tardiamente, quando as opções de tratamento são limitadas.

O tratamento depende do estágio em que o tumor é identificado. Em casos iniciais, a cirurgia (como a técnica de Whipple) pode ser curativa. No entanto, menos de 20% dos pacientes têm indicação cirúrgica no momento do diagnóstico. A quimioterapia e, em alguns casos, a radioterapia, são opções para controlar a doença e aliviar sintomas, mas os resultados são geralmente paliativos.

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Embora não seja possível evitar completamente o risco de tumor de pâncreas, algumas atitudes podem ajudar a diminuir sua probabilidade:

  • Parar de fumar é uma das decisões mais importantes que você pode tomar.
  • Manter um peso saudável por meio de dieta equilibrada e exercícios regulares.
  • Realizar acompanhamento médico regular, especialmente se houver histórico familiar ou fatores de risco como diabetes.

A batalha contra o tumor de pâncreas é uma luta contra o tempo. A conscientização é o primeiro passo para mudarmos essa realidade. Ao identificar sintomas, mesmo que pareçam vagos, procure um médico. Como geriatra, reforço a importância de cuidar da saúde de forma integral e contínua, valorizando a prevenção e o diagnóstico precoce.

A saúde é o nosso bem mais precioso. Cuide dela com carinho e responsabilidade.

Por Dr. Carlos Sperandio, geriatra (CRMPR 19295 | RQE 22549)

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