Argentina cada vez mais se parece com um tango de Gardel
O índice de pobreza do país vizinho pulou de 45,2% para 54,9 % e o nível de indigência de 14,6% para 20,3 %
POR ALCEO RIZZI A Argentina está cada vez mais se parecendo a um tango de Gardel. Cada vez mais dramática e eloquente. Quando um maluco sai de cena entra outro para ocupar o palco em que se revezam. Por isso mesmo talvez seja o único país do mundo onde homens ainda cultivam aquele padrão estético marcado por enormes e espalhafatosas suíças, mais conhecidas pelos brasileiros como costeletas, espécie de barbas largas laterais que cobrem partes das bochechas e chega a ponto, no caso deles, de quase se estender também ao pescoço, a exemplo do descabelado Javier Milei, presidente do país hermano. O mesmo que diz se aconselhar com Conan, não o bárbaro mas seu falecido cachorro mastin, que mandou clonar em proveta nos States, hoje em espirito incorporado a cinco descendentes que cria em seu apartamento.
E surge agora em cena la Comparsita. Não a dele, que não se conhece fora do canil presidencial, mas a de seu antecessor, Alberto Fernandez. Solta ela um escabroso tango de cobras e lagartos a respeito do ex-marido, numa espécie de Adios Muchacho Companero de Mi Vida e o acusa de agressão física, ameaças e outras covardias, enquanto comandava o território cisplatino. Segredos nem tanto de alcova que tira de certa forma o foco e as manchetes internas e externas da trágica situação que a Argentina está enfrentando desde o início do governo do fanfarrão de costeletas largas, com milhares de hermanos sendo submetidos à pobreza e à miserabilidade, com a economia em recessão.
Segundo dados divulgados em edição digital pelo jornal Diário La Capital, de Rosário, coletados do Observatório de La Deuda Social Argentina (ODSA, o assustador e degradante índice de pobreza da Argentina que já era alto à época do presidente pugilista, da ordem de 45,2% da população do País, hoje se encontra em alarmante 54.9 % com a condução do País pela cartilha liberal do atual mandatário. E não há sinais de que a brutal recessão imposta ao País tenha dado trégua à inflação, segundo a pesquisa divulgada.
O quadro de pobreza extrema a que tem sido submetida a maioria dos argentinos é ainda mais perverso em outro índice revelado pela pesquisa da ODS. Não foi apenas a pobreza extrema que se elevou a patamares mais perversos, também o universo de miserabilidade atingiu índices preocupantes, variando entre as demais regiões do País. Mas, segundo a pesquisa o nível de indigência entre os argentinos, que também já era alto no governo anterior, de 14,6%, subiu para 20,3 % desde o início do governo Milei.
Segundo a edição digital do Diário Lá Capital, somente em Rosário, que está entre as quatro maiores cidades da Argentina, 49% de seus habitantes estão na faixa da pobreza e 1 em casa 5 rosarinos encontra-se em estado de indigência, sem conseguir suprir suas necessidades básicas de alimentação. Nada que demova ou sensibilize o presidente do País em sua cruzada liberal e em se transformar em garoto propaganda da extrema-direita mundo afora. Pobre Argentina! Literalmente!
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