Livro ‘Fogo no Bordel’ conta a história da artista curitibana Teca Sandrini

Neste sábado (22), será lançado em Curitiba o livro ‘Fogo no Bordel – Memórias de Teca Sandrini’. Escrita pelo historiador Ricardo Freire, a biografia romanceada conta a trajetória de quase 80 anos da artista plástica que superou a cegueira e traz relatos da própria história da arte do Paraná, que se entrelaça com a vida da curitibana. 

A obra destaca, sobretudo, os desafios enfrentados por Teca quanto a perda gradual da visão, que a afetou desde criança (e que hoje faz com enxergue pouquíssimo com apenas um dos olhos), mas que não impediu que ela se tornasse uma artista visual e produzisse centenas de desenhos, quadros e esculturas, ganhando assim dezenas de prêmios e fazendo exposições nacionais e internacionais. 

Teca e Ricardo Freire se conheceram na época em que ela foi Diretora do Museu Oscar Niemeyer, entre os anos 2011 e 2017. Enquanto o pesquisador viu nas histórias contadas pela artista fragmentos de como a arte se desenvolveu na capital e no próprio estado, ela se encantou com a forma com que o profissional contava qualquer história que fosse objeto de suas investigações tornando-as quase palpáveis.  

Para contar a história de Teca Sandrini, o livro passa pela vida de diversas personalidades estaduais como o próprio pai dela, José Ernesto Pereira, fundador dos jornais O Dia e Estado do Paraná; Guido Viaro, que foi seu professor de artes e como ela já disse “norteou toda a minha vida”; o artista plástico Fernando Calderari, com quem conviveu na Escola de Belas Artes do Paraná (Embap) e tantos outros. 

Veja um trecho do livro ‘Fogo no Bordel – Memórias de Teca Sandrini’: 

“A única coisa que se esperava da jovem Teca era que frequentasse o “Cursinho de Caça-Marido” e, com muita sorte, se casasse. Mas Teca desviou-se desse caminho: matriculou-se no curso de pintura da Escola de Música e Belas Artes. Decidira ser uma artista. 

É assim que um novo mundo se abre à moça recém-saída do bairro Bragalândia, um mundo colorido com cheiro de tinta e terebentina, onde a nudez é vista com indiferença, pleno de professores cativantes, colegas inesquecíveis, filosofia e conhecimento, mas também inveja, orgulho e cobiça. Um mundo que a lançaria mais tarde às metrópoles internacionais, mas não sem antes fazê-la enfrentar o maior de seus desafios: a cegueira. Como se afirmar uma artista visual que não enxerga?”.

Lançamento do livro Fogo no Bordel – Memórias de Teca Sandrini

• Data: 22 de março
• Horário: das 10h às 15h
• Endereço: Palácio Belvedere – sede da Academia Paranaense de Letras – Praça Doutor João Cândido, Av. Jaime Reis, sem número (ao lado das Ruínas de São Francisco).

Sobre Teca Sandrini

Estela Sandrini, mais conhecido como Teca Sandrini, é formada em pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e tem especialização em Antropologia Filosófica pela Universidade Federal do Paraná. Trabalhou no ateliê do Professor Juan Carlo Labourdette, em Buenos Aires e no Maryland Institute of Art, nos Estados Unidos. Entre 2011 e 2017 foi Diretora Cultural do Museu Oscar Niemeyer. Participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior e possui obras em importantes acervos institucionais.


Realizou exposições coletivas e individuais dentro e fora do país e possui obras em acervos permanentes como o Museu de Arte Contemporânea do Paraná; Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro; Museu da Gravura Cidade de Curitiba; Museu de Arte de Goiânia; Museu de Arte Brasileira, FAAP, São Paulo; Coleção de Brazilian-American Cultural Institute, Washington D.C; Eubie Blake Cultural Center, Baltimore, EUA; Museu da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Curitiba; Museu Metropolitano de Arte de Curitiba; Museu de Arte Contemporânea do Estado de Pernambuco; Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro; Coleção Carol Pulin, Washington D.C; Fundação Cultural de Curitiba e Museu Oscar Niemeyer.

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