Vacas voadoras, egos inflados e os bastidores da política paranaense

Na política paranaense, já se viu de tudo. Ver vacas voando parece até trivial diante do que aconteceu neste fim de semana. O governador Ratinho Junior (PSD) apostou alto na visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Paraná, mas acabou ouvindo uma frase curta e contundente: “O candidato sou eu.”

Se não bastasse, nas entrelinhas, Bolsonaro — que vem derretendo nas pesquisas — ainda deixou para Ratinho a possibilidade de disputar uma vaga ao Senado. São duas e uma delas, deixou claro que é para Filipe Barros. Nada mais previsível vindo do ex-presidente.

Nos bastidores do Centro Cívico, analistas apontam que a presença de Ratinho Junior no comício em São Paulo também não somou nada ao candidato presidencial. Bolsonaro reuniu os governadores mais alinhados a ele, deixando claro quem manda na definição de candidaturas presidenciais. O resultado: uma imagem política borrada.

Como se não bastasse, outro movimento causou ainda mais ruído: o senador Sergio Moro (União Brasil) declarou apoio ao governador goiano Ronaldo Caiado, ignorando completamente a pré-candidatura de seu conterrâneo. O gesto, embora malvisto por muitos, pode pavimentar o caminho de Moro para o comando estadual do União Brasil.

Como bem resume um velho e irônico observador da política local: “Ratinho Junior queria tosquiar Bolsonaro, mas acabou tosquiado.”

Agora, a expectativa é de que a tropa de choque do governador saia das trincheiras e entre em campo, tentando reverter o cenário adverso e reposicionar sua imagem no tabuleiro nacional.

Talvez tudo isso sirva de exemplo para que Ratinho Junior continua sua campanha independente, pautada como de centro-direita, e não sob o guarda-chuva de Bolsonaro onde, segundo pesquisa Datafolha, 70% dos brasileiros não o querem como candidato em 2026. Para lembrar, está inelegível até 2030.

Fique por dentro das notícias do Paraná

Assine, de forma gratuita, o canal de WhatsApp do Paraná Portal. Clique aqui.