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Sócio de clínica de reabilitação em Antonina é preso; mais 10 mulheres resgatadas
Foto: Polícia Civil

Sócio de clínica de reabilitação em Antonina é preso; mais 10 mulheres resgatadas

O coordenador do espaço que funcionava como centro de tratamento para pessoas com dependência química já havia sido detido anteriormente

paranaportal - quinta-feira, 27 de março de 2025 - 13:36

Mais dez mulheres foram resgatadas da clínica privada de reabilitação em Antonina, no Litoral do Paraná, onde outras cinco internadas já haviam sido retiradas pela polícia no início da semana. O sócio administrador do estabelecimento, um homem de 50 anos, foi preso na quarta-feira (26). 

Na segunda-feira (24), o coordenador do espaço que funcionava como centro de tratamento para pessoas com dependência química foi detido e as outras cinco mulheres mantidas em situação de cárcere privado foram resgatadas após uma denúncia. Uma delas, de 22 anos, foi encontrada algemada e trancada em um quarto sem banheiro, onde era obrigada a fazer as necessidades em um balde.  

Internações irregulares

A princípio, o restante das internas permaneceram no local, mas em nova diligência, motivada por informações adicionais, a equipe policial constatou a presença de mais vítimas internadas irregularmente.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações revelaram que, embora as pacientes não estivessem confinadas em ambientes fechados ou em condições degradantes no momento da abordagem desta quarta-feira, suas internações não foram comunicadas ao Ministério Público do Paraná (MPPR), como exige a legislação.

O delegado Emmanuel Lucas Soares explica que o responsável pela clínica foi autuado por manter as pacientes sem atender aos requisitos legais necessários, configurando o crime de cárcere privado.

“O Ministério Público do Paraná acompanhou a operação, requisitou documentos da clínica e emitiu uma recomendação para sua interdição, além de solicitar judicialmente a suspensão das atividades”, disse Soares.

As vítimas foram resgatadas com o apoio da Assistência Social de Antonina, passaram por acolhimento inicial e começaram o processo de reintegração com suas famílias, após acompanhamento médico e psicossocial.

Maus-tratos na clínica de reabilitação de Antonina

Segundo a Polícia Civil, durante a ação na segunda-feira as internas relataram maus-tratos praticados pelos funcionários da clínica. Testemunhas confirmaram a existência de um ambiente conhecido como “quarto zero”, utilizado para isolar pacientes que não obedecessem às regras impostas. Elas eram obrigadas a fazer suas necessidades fisiológicas em baldes e, por vezes, eram algemadas. Além disso, as internas tinham seus contatos com familiares monitorados e frequentemente interrompidos.

*Com AEN

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