Agronegócio
Energias renováveis no campo avançam no Paraná

Energias renováveis no campo avançam no Paraná

Em 2024, usinas instaladas no meio rural paranaense somam 178,3 mil kilowatts de potência. Mais de 7,1 mil propriedades passaram a gerar sua própria energia.

Pedro Ribeiro - sexta-feira, 14 de março de 2025 - 13:31

O pequeno pecuarista Darci Fernandes pensava em um modo de reduzir os custos de produção em sua propriedade voltada à bovinocultura de leite, em Nova Prata do Iguaçu, na região Sudoeste do Paraná. Como a energia elétrica era uma das despesas que mais pesavam, o produtor ponderou que gerar a própria energia poderia ser uma solução. Financiou, então, a instalação de uma usina solar fotovoltaica, que começou a operar em fevereiro de 2024. O empreendimento representa, desde então, economia para o bolso do produtor.

“Eu entrei nessa por causa do custo da energia. Esta va muito alto! Eu pagava uma média de R$ 500 por mês. Agora, pago a taxa mínima de uso da rede da Copel, que é de menos de R$ 30”, diz Fernandes. “É uma coisa que eu deveria ter feito há muito tempo. Não tem por que o produtor não aderir”, acrescenta. Fernandes faz parte de um contingente em franca expansão no meio rural do Paraná. Só no ano passado, ais de 7,1 mil produtores rurais paranaenses recorreram à instalação de usinas solares ou de biogás em suas propriedades. A energia gerada nessas novas fontes abastece mais de 10,7 mil unidades consumidoras. Dos 399 municípios paranaenses, 383 tiveram conjuntos de energias renováveis instalados em 2024.

 O resultado não poderia ser mais expressivo: ao longo o ano passado, o Paraná liderou o avanço nacional das energias renováveis no meio rural, em potência instalada. Os conjuntos em propriedades rurais paranaenses têm capacidade, juntos, BI 1628 Darci Fernandes, que aderiu recentemente à energia renovável

Energia democrática

 383. Esse é o número de municípios do Paraná que tiveram conjuntos de energias renováveis instalados em 2024  para gerar 178,3 mil kilowatts (kW), o que corresponde a 18,4% da potência instalada no campo de todo o Brasil, no ano passado. Em segundo lugar no ranking, aparece Minas Gerais, com capacidade para gerar 119,7 mil kW (o Estado mineiro é quase duas vezes maior que o Paraná em área e tem mais que o dobro de municípios).

 “Esse fenômeno não aconteceu da noite para o dia. Existe todo um trabalho institucional por trás. Há mais de uma década, o Sistema FAEP vem atuando firmemente para levar informações qualificadas a produtores rurais, desde estudos técnicos e seminários realizados em todas as regiões do Estado até viagens técnicas internacionais. Nós estimulamos os nossos agricultores e pecuaristas a aderir, pois as energias renováveis deixaram de ser o futuro para se tornarem o presente”, afirma o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

Com usinas próprias, Sistema FAEP  dá exemplo a produtores e entidades  Além de levar informações técnicas ao setor, desde 2021, o Sistema FAEP dá um exemplo de sustentabilidade a produtores e entidades. Naquele ano, a instituição inaugurou sua primeira usina solar fotovoltaica, passando a gerar a própria energia. Instalada no Centro de Treinamento Agropecuário (CTA) de Assis Chateaubriand, o conjunto tem potencial para reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) em 18,2 toneladas por ano.

 São 220 painéis fotovoltaicos, com capacidade de gerar 181,8 mil quilowatts/hora (kW/h) por ano. A energia produzida abastece outras unidades do Sistema FAEP, inclusive na sede, em Curitiba. Com isso, a entidade garante sua autossuficiência energética, gerando uma economia de R$ 103 mil por ano.

 Em dezembro do ano passado, o Sistema FAEP foi além e inaugurou outra usina, desta vez no CTA de Ibiporã. O conjunto recém-inaugurado tem as mesmas dimensões e estrutura do complexo de Assis Chateaubriand. “Com essas duas usinas, nós damos um exemplo para o Paraná. Nós não só pregamos a sustentabilidade, como adotamos no nosso dia a dia. Afinal, práticas  sustentáveis estão na rotina do produtor rural e com o Sistema FAEP não é diferente”, diz Ágide Eduardo Menegette, presidente interino da entidade. “Isso sem falar no fator econômico: estamos gerando nossa própria energia e reduzindo custos”, complementa. (Com assessoria de comunicação do sistema Faep).

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