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Quadrilha usava o nome do BNDES para aplicar fraudes milionárias em empresários
Foto: Polícia Civil

Quadrilha usava o nome do BNDES para aplicar fraudes milionárias em empresários

Os suspeitos foram alvo de uma operação em Maringá; as vítimas estão espalhadas pelo país

paranaportal - sexta-feira, 7 de março de 2025 - 13:15

Um grupo criminoso responsável por fraudes financeiras milionárias contra 30 vítimas em 11 estados brasileiros foi alvo de uma operação deflagrada em Maringá, no Noroeste do Paraná, nesta sexta-feira (7). Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas investigadas por envolvimento no esquema. 

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, a quadrilha afirmava ser intermediadora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e direcionava suas fraudes especialmente a empresários que buscavam financiamentos a juros mais baixos, principalmente por meio de bancos públicos.

“Para conquistar a confiança das vítimas, um dos líderes da organização criou a imagem de um empresário bem-sucedido, ostentando uma estrutura empresarial de alto padrão, com sedes luxuosas, sites bem elaborados e bens registrados em seu nome, evitando levantar suspeitas”, explica o delegado Mateus de Bona Ganzer.

As investigações apontam que as falsas linhas de crédito oferecidas por esse grupo ultrapassam R$ 300 milhões, gerando um prejuízo superior a R$ 10 milhões para as vítimas já identificadas

Também foi verificado que nenhuma das empresas envolvidas no esquema possui qualquer vínculo com o BNDES e que não há registros de processos para obtenção dos créditos fraudulentamente oferecidos.

Durante a ação desta sexta, 14 policiais civis deram cumprimento aos mandados judiciais e apreenderam documentos e outros itens que serão encaminhados à perícia para o levantamento de informações para a continuidade do trabalho investigativo.

Fraudes contra empresários 

As investigações tiveram início no último trimestre de 2024, depois que a Polícia Civil recebeu denúncias de empresários que alegavam terem sido lesados após firmarem contratos com uma instituição financeira sediada em Maringá. A empresa se apresentava como intermediadora na captação de recursos financeiros junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo as denúncias, para a prestação desse serviço, a instituição exigia um pagamento inicial de 5% do valor pretendido, sob a justificativa de garantia, além de outras quantias estipuladas em contrato, que deveriam ser pagas no momento da liberação do empréstimo.

Após a assinatura do contrato e o pagamento da quantia exigida, as vítimas eram informadas de que a liberação do crédito ocorreria após um prazo de 120 dias. No entanto, os recursos nunca eram disponibilizados. Quando os empresários tentavam reaver os valores pagos, enfrentavam longos períodos de negociações e obstáculos contratuais.

Segundo a Polícia Civil, o esquema era tão bem elaborado que as vítimas, em sua maioria, interpretavam a situação como um desacordo comercial, recorrendo à Justiça Cível em vez de denunciar o caso às autoridades policiais.

Vítimas

Até o momento, foram identificadas vítimas nos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Pará, Roraima e Amazonas.

Com a deflagração da operação, a polícia espera identificar outros integrantes da organização criminosa, interromper a prática de novos crimes e localizar mais vítimas que ainda não formalizaram denúncias junto às autoridades competentes.

*Com Polícia Civil

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