
Jorge Guaranho é condenado a 20 de prisão por matar tesoureiro do PT
O crime ocorreu em 2022; ele invadiu o aniversário de 50 anos da vítima e cometeu o crime
O julgamento de Jorge Guaranho terminou com ex-policial condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, na tarde desta quinta-feira (13). O júri popular iniciou na terça-feira (11) e foi realizado no Tribunal do Júri, em Curitiba.
O crime ocorreu em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, em 2022, mas foi transferido para a capital a pedido da defesa do acusado.
O réu foi condenado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, duplamente qualificado, motivo fútil e perigo comum.
De acordo com a decisão, a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. A defesa ainda pode recorrer à sentença.
Guaranho aguardava o julgamento em liberdade. Ele chegou a ficar preso até setembro do ano passado, quando a Justiça concedeu o Habeas Corpus e autorizou sua prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
Julgamento de Jorge Guaranho
O júri popular foi conduzido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba.

1º dia
Quatro testemunhas foram ouvidas no primeiro dia do júri popular, que se estendeu por 11 horas. Entre elas, Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda. Ao todo, dez testemunhas e dois peritos foram arrolados.
2º dia
Na quarta-feira (12), segundo dia do julgamento de Jorge Guaranho, outras sete pessoas prestaram testemunho. Entre elas, o próprio réu. Questionado pelo advogado de defesa sobre o motivo de ter ido até a associação onde acontecia a festa de aniversário de Marcelo Arruda, o ex-policial penal afirmou que “foi uma estupidez”.
Em mais de duas horas de depoimento, ele também alegou que cometeu o crime em legítima defesa.

3º dia
Após a fase de debates entre acusação e defesa, o terceiro dia do júri popular foi reservado para o Conselho de Sentença, formado por sete jurados, se reunisse para a decisão.
Tesoureiro do PT é morto por policial bolsonarista
O guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu foi morto a tiros em 9 de julho de 2022, durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos. Na ocasião, o então policial penal e militante bolsonarista invadiu a festa temática em homenagem ao partido e ao presidente Lula, então candidato à presidência, e passou a hostilizar todos os presentes, que ele não conhecia.
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De acordo com a investigação, Guaranho participava de uma confraternização próximo ao local da festa e, por meio de um amigo que tinha acesso ao sistema de câmeras, tomou conhecimento sobre a confraternização.
Em seguida, mesmo sem conhecer a família e o aniversariante, foi até lá na intenção de provocar Arruda e os presentes. Acompanhado da mulher e do filho bebê, o réu proferiu ofensas e deixou o local depois de afirmar que voltaria e mataria “todos” que estavam na comemoração. Minutos depois, o ex-policial penal retornou sozinho ao salão e disparou vários tiros contra a vítima, que chegou a ser levada ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos.

O crime ocorreu no contexto de forte polarização eleitoral e teve repercussão internacional. A data do assassinato foi instituída como Dia de Luta contra a Intolerância Política nos calendários oficiais do estado do Paraná e do Distrito Federal.
Policial foi demitido
Jorge Guaranho foi exonerado do cargo em março de 2023, pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A pena de demissão foi definida em um Processo Administrativo Disciplinar. Na época do crime, o assassino era servidor da Penitenciária Federal de Catanduvas.
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