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Médica de Pato Branco vira ré por fraude de exames de câncer
Foto: Reprodução/ Facebook

Médica de Pato Branco vira ré por fraude de exames de câncer

A profissional de saúde nega as acusações; o caso começou a ser investigado em março de 2024

paranaportal - sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025 - 15:41
Semana do Consumidor

A Justiça aceitou a denúncia contra a médica Carolina Fernandes Biscaia Carminatti, de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, por emitir laudos falsos de exames de câncer e realizar procedimentos sem necessidade nos pacientes. 

O Ministério Público do Paraná (MP/PR) enviou o processo à Justiça em outubro, após receber o resultado da investigação realizada pela Polícia Civil. 

Pelo menos 31 pacientes registraram boletim de ocorrência contra a médica. Ela nega as acusações e afirma ser vítima de injustiça.

Médica de Pato Branco e as fraudes nos exames de câncer 

De acordo com a Polícia Civil, Carolina examinava pintas e manchas de pacientes, afirmava que elas poderiam ser cancerígenas e retirava o material para biópsia. Em uma nova consulta, a médica apresentava laudos de exames de câncer de pele fraudados e exercia forte “pressão psicológica” para que eles realizassem os procedimentos no consultório, logo após saberem do diagnóstico. Além disso, os pagamentos deveriam ser efetuados no ato, não podendo ser utilizado o plano de saúde.

“Era coletado o material para a biópsia e no retorno do laudo era marcada uma nova consulta, quando a médica apresentava a esses pacientes um laudo que aparentemente era falsificado com o diagnóstico de câncer. Nesse momento, ela exercia uma pressão psicológica nos pacientes para que fossem realizados os procedimentos de retirada dessas células cancerígenas, em que os pacientes, diante do temor de uma doença gravíssima, acabavam realizando”, explicou o delegado Helder Andrade, em entrevista à BandNews Curitiba, ainda em outubro.

A investigação sobre o caso iniciou em março de 2024. Na ocasião, pacientes da médica procuraram a polícia após desconfiarem que seus exames haviam sido adulterados

“Na sequência, os pacientes iam ao laboratório que realizou o exame para pegar a sua via do exame e constataram que o exame que a médica mostrou para eles estava adulterado e que eles não tinham nenhuma doença”, continua o delegado. 

Ainda conforme Helder, no consultório da profissional de saúde foram encontradas provas da falsificação dos laudos: “Durante o inquérito nós realizamos mandado de busca e apreensão judicial no consultório da médica, onde, juntamente com o Instituto de Criminalística, recolhemos material que foi periciado e comprovado que esses laudos eram falsificados”.

“Conforme o laudo pericial, os laudos laboratoriais eram falsificados pela da sobreposição de fragmentos de papel acima do diagnóstico original, gerando um novo diagnóstico falso do qual era realizada uma fotocópia”, falou o delegado sobre como eram feitas as alterações nos laudos.

CRM-PR

Em março deste ano, o Conselho Regional de Medicina de Paraná (CRM-PR) puniu a médica com a chamada “censura pública” por anunciar especialidades que não tem. Nas redes sociais, ela se apresentava como dermatologista, mas a especialização não consta em seu registro profissional. 

Em maio, o Conselho Federal de Medicina aprovou uma Interdição Cautelar Total de 180 dias, determinada pelo CRM-PR, que impede Carolina de exercer a profissão. O prazo vence em novembro.

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