
Bebê sequestrada em Curitiba: veja todos os detalhes sobre o caso
Eloah Pietra foi resgatada de um cativeiro com os cabelos pintados, cortados e alisados
A bebê Eloah Pietra Almeida Santos, de um ano e sete meses, teve os cabelos pintados, cortados e alisados após ser sequestrada na última quinta-feira (23), em Curitiba. A criança foi resgatada de um cativeiro em Campo Largo no fim da tarde de sexta-feira (24).
“O cabelo dela foi cortado, foi pintado, foi alisado possivelmente numa tentativa de que a criança não fosse reconhecida”, explicou Leonardo Mestre, advogado da família da menina.
Durante a noite desta sexta-feira (24), Eloah foi submetida a exames antes de ser entregue de volta à família para voltar para casa.
Quando foi localizada, a bebê estava com a suspeita de ter realizado o sequestro. A mulher de 41 anos, não teve a identidade divulgada, foi presa em flagrante por subtração de incapaz, conforme o Art. 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo o delegado Thiago Teixeira, do Grupo Tigre, especializado em sequestros e raptos, ela confessou que buscava uma criança para criar como filho (a) e que tentou raptar outras crianças, um em Campo Largo e outra também no bairro Parolin.
“Ela queria uma criança para criar, ela tentou em Campo Largo inicialmente, no dia 22, como não conseguiu. Ela tentou em Curitiba, no bairro Parolin, onde tentou abordar uma mulher, mas não conseguiu e, na sequência, ela abordou os familiares da Eloah e acabou levando a menina”, contou Teixeira.
Resgate da bebê sequestrada em Curitiba
Uma força-tarefa entre as polícias Civil e Militar foi montada para encontrar a criança desaparecida em Curitiba. Toda a ação foi acompanhada pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp/PR).
Eloá Pietra foi localizada no cativeiro após um trabalho de inteligência localizar o veículo usado no sequestro. O resgate foi realizado pelas equipes táticas do Tigre, grupo especializado da Polícia Civil, e da RONE, da Polícia Militar.
Durante a abordagem, a criança foi encontrada em um cômodo nos fundos do terreno e retirada com segurança.

Criança desaparecida
Segundo familiares da bebê Eloá Pietra Almeida Santos, ela foi levada de casa no bairro Parolin por uma mulher que se identificou como uma agente de saúde que direcionaria a menina ao Conselho Tutelar.
Testemunhas contaram que a suspeita vestia um jaleco branco e máscara sanitária quando chegou à residência da vítima, em uma região humilde chamada Morro do Sabão, por volta das 11h50 de quinta-feira (24). Após afirmar ser agente de saúde, ela alegou que a mãe de Eloá, Érica Santos, de 27 anos, precisava realizar um “exame de sangue devido a uma denúncia”.
“Ela chegou falando que era do Conselho Tutelar, que recebeu uma queixa que eu estava usando drogas e bebendo demais. Aí, ela falou que eu tinha que fazer exame, já que eu falei que não usava esse tipo de coisa. Ela então pediu a carteirinha da minha filha, eu dei, ela pegou e falou assim: ‘Você e sua filha vêm comigo para nós ir fazer o exame”, contou Érica, em entrevista.
A sequestradora então levou a mãe e a bebê até um Fiat Mobi branco e induziu Érica a tomar “um líquido”. “Ela pegou e fez que bebeu um líquido e falou: ‘Toma um gole. Isso é bom para o leite já que você amamenta’. Eu tomei um gole só e ela falou para eu tomar mais e disse para eu ficar com a garrafa. Mas eu falei: ‘Eu não quero’. Aí, ela viu que eu não ia tomar mais e falou que era melhor eu e a Eloá ir para trás do carro porque na frente era perigoso”, continua.

Ainda conforme o relato, em seguida, a desconhecida solicitou que a mãe prendesse Eloá na cadeirinha, mas quando ela saiu do veículo para ajustar a filha, a suposta enfermeira acelerou o carro e fugiu com a menina.
“Ela mandou eu ajeitar a minha filha atrás e mandou eu entrar pela outra porta, porque no carro dela estava cheio de bolsa de mulher e um monte de ursinho. Eu coloquei minha filha na parte do carro e a hora que eu fui entrar na outra porta, ela arrancou e saiu”, afirmou Érica.
Investigação
Em entrevista coletiva, concedida na noite de sexta (24), o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, afirmou que a polícia trabalha para confirmar a motivação do crime.
“Nós temos uma versão apresentada por ela [suspeita], a versão for verdadeira é uma atuação única, exclusiva para essa situação. Essa versão está sendo levantada pela Polícia Civil, pelo grupo TIGRE, vamos ver se o que ela falou é verdade”, disse o secretário.
Na ocasião, Teixeira também afirmou que a participação de familiares no rapto de Eloah Pietra ainda não foi descartada. “Nós não descartamos nenhuma variável, nenhum hipótese como foi dito anteriormente. E a possibilidade de participação de familiares também é uma das hipóteses”, explicou.
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