Sobe para 41 o número de mortos em acidente entre ônibus e carreta em MG, diz polícia
No sábado, o Corpo de Bombeiros, com auxílio da lista de passageiros da empresa Emtram (Empresa de Transportes Macaubense), havia confirmado 38 mortes
Subiu para 41 o número de mortos no grave acidente envolvendo um ônibus, um caminhão e uma carreta na BR-116, em Teófilo Otoni, interior de Minas Gerais, no sábado (21). A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Estado na manhã deste domingo (22).
No sábado, o Corpo de Bombeiros, com auxílio da lista de passageiros da empresa Emtram (Empresa de Transportes Macaubense), havia confirmado 38 mortes, mas o número de corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) foi de 41.
Segundo a Emtram, o veículo que ia de São Paulo a Jequié, na Bahia, tinha 39 ocupantes. Passaram por processo de identificação 12 corpos, e outros dois estão em processo de liberação para as famílias. Os demais corpos estão em estado avançado de carbonização. A Polícia Civil criou uma força-tarefa para colher material genético dos famílias e acelerar o processo de identificação.
Todas as vítimas fatais do acidente estavam no ônibus, segundo a Polícia Civil.
Acidente na BR-116
O ônibus da empresa Emtram (Empresa de Transportes Macaubense) saiu de São Paulo na sexta-feira (20), por volta das 7h do terminal rodoviário Tietê, com destino a Jequié, na Bahia. Conforme o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na BR-116, no km 286, na localidade de Lajinha, por volta das 4h.
A principal linha de investigação é de que o acidente tenha sido causado pela queda de uma placa de granito que era transportada pela carreta, segundo a Polícia Civil. O bloco teria atingido o ônibus, que trafegava no sentido oposto ao caminhão. Com o acidente, o ônibus pegou fogo. O atrito do material com o asfalto seria a causa do incêndio.
“Em um trecho da rodovia de declive, onde há uma curva, uma grande pedra de granito teria se desprendido da composição traseira [da carreta], atingindo em cheio o ônibus”, disse o delegado Saulo Castro, porta-voz da Polícia Civil mineira, em entrevista coletiva concedida na manhã deste domingo (22).
Em análise da nota fiscal da carreta, a Polícia Civil constatou que houve excesso de carga. “Aí já haveria um indicativo de responsabilidade por parte do condutor da carreta”, disse o delegado. O motorista do veículo fugiu do local após o acidente e é considerado foragido. Ele teve a carteira cassada em 2022 por ter se recusado a fazer o teste do bafômetro e não poderia dirigir.
Veículos envolvidos no acidente trafegavam em sentidos opostos. Segundo a Polícia Civil, o ônibus se deslocava de São Paulo para a Bahia. Já a carreta estava no sentido oposto, em direção à capital Belo Horizonte. A carreta iria transportar o granito que caiu na rodovia do Ceará até o Espírito Santo, ainda de acordo com a investigação.
Ocupantes do veículo de passeio também envolvido no acidente foram ouvidos pela Polícia Civil. Esse veículo estava atrás do ônibus e colidiu na traseira do coletivo. Os ocupantes sobreviveram à colisão.
Sobreviventes
Dos 45 passageiros que havia no coletivo, 13 foram resgatados e encaminhados para hospitais da cidade. Os três ocupantes do carro foram socorridos com lesões graves.
Motorista da carreta foragido
O motorista da carreta até o momento não teve a identidade divulgada e é considerado foragido. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, o homem estava com a carteira de habilitação cassada e com o direito de dirigir suspenso em 2022, após ser parado no município de Mantena, próximo à divisa com o Espírito Santo.
“[A suspensão], provavelmente, veio oriunda de uma apreensão da carteira de habilitação dele, feita em Mantena, numa blitz da Lei Seca pela Polícia Militar de Minas Gerais em 2022. Ele [se] negou a fazer o teste do etilômetro. A PM tomou todas as medidas à época e, provavelmente, resultou nessa suspensão do direito de dirigir”, explicou o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo da PM mineira, em entrevista coletiva.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acredita que o motorista da carreta deve estar no Espírito Santo. Segundo Flávio Santiago, da PM, a corporação está “em franco contato com as agências de inteligência de outros estados, sobretudo do Espírito Santo na tentativa da captura do motorista foragido”.
Radares
Os radares do trecho da BR-116 em que ocorreu o acidente estão desativados há alguns meses. De acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura), o contrato do serviço de controle de velocidade se encerrou.
“A autarquia esclarece que já houve a contratação de nova empresa para a instalação e operação dos medidores eletrônicos de velocidade no estado de Minas Gerais. No entanto, antes que os novos equipamentos possam operar efetivamente, é necessário cumprir algumas etapas. Isso inclui a elaboração de estudo de viabilidade, de estudos técnicos pela nova empresa, a aprovação desses estudos, a instalação dos equipamentos e a aferição pelo Inmetro. A expectativa do Departamento é que os radares estejam em operação no início de 2025”, afirmou o Dnit.
A Emtram lamentou o acidente e disse que colaborando nas investigações. “A empresa se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que está empenhando máximo esforço para auxiliar as pessoas envolvidas e seus familiares, oferecendo e providenciando todo o apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, afirmou, em comunicado.
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