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“Pretendemos abrir canal de diálogo com a Treecorp”, diz candidata à presidência do Coritiba
(Foto: Divulgação)

“Pretendemos abrir canal de diálogo com a Treecorp”, diz candidata à presidência do Coritiba

Marianna Líbano concorre pela chapa Eternamente Coxa

Pedro Melo - quinta-feira, 12 de dezembro de 2024 - 18:21

O Coritiba realiza no próximo dia 27 as eleições para definir o presidente da Associação com duas chapas na disputa: Eternamente Coxa e Coritiba Independente.

A candidata à presidência da Associação na chapa Eternamente Coxa é a advogada e empresária Marianna Líbano, de 34 anos, que pode se tornar a primeira mulher no cargo. Ela é sócia do clube desde 2010 e participou de diversos projetos em prol do clube, entre eles a estátua de Dirceu Krüger e do Green Hell.

Além de Marianna Líbano, os outros membros do G5 na chapa são Luiz Henrique Jorge, conhecido como Espeto); Luiz Carlos Betenheuser Júnior; Guilherme Stival e Daniel Vinicius Ferreira.

A reportagem do Paraná Portal entrevistou nesta quinta-feira (12) a candidata Marianna Líbano. Durante a conversa, ela falou sobre como surgiu a ideia de concorrer, analisou o atual trabalho da Treecorp e destacou como a Associação pode contribuir com o crescimento do clube.

As eleições do Coritiba ocorrem em dia 27 de dezembro, entre 9h30 e 16h.

LEIA A ENTREVISTA COM MARIANNA LÍBANO, CANDIDATA À PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DO CORITIBA

Como surgiu a ideia da chapa e como foram definidos os nomes para concorrer ao G5.

Nós somos um grupo que durante o período eleitoral de agora, mas, principalmente, de outros anos, sempre nos colocamos à disposição para ajudar o Coritiba. É um grupo de muitos anos com participação nos processos eleitorais, mas na gestão do clube, não de forma direta. Sempre com um olhar de cobrança e de se colocar à disposição.

Quando as eleições não acontecem no ano passado, essa eleição era para ter acontecido em dezembro de 2023, o grupo já ficou preocupado, mas se entendeu o momento que estava passando o clube. Ao mesmo tempo, não se tomava nenhuma atitude para ocorrer as eleições. Por isso, um apoiador, inclusive da chapa, teve que ingressar com uma ação para que as eleições ocorressem. As eleições estão acontecendo em virtude de uma decisão judicial que se estipulou que marcassem.

Esse grupo de forma muito orgânica, de forma de colocar no processo de cobrança e fiscalização, se reúne com núcleo mais forte e pensa: ‘vamos enfrentar realmente esse processo eleitoral?’. Ao mesmo tempo, viemos com o pensamento de torcedor que não podemos abandonar o clube, deixar o clube simplesmente por ter só 10%. Entendemos que é tudo que nos resta e temos que lutar por isso. No núcleo mais duro se debate alguns nomes para ser candidato à presidência, chega-se ao consenso do meu nome de forma natural, não impositiva. Foi um consenso do grupo.

A decisão do grupo já representa como vamos trabalhar na Associação do Coritiba, de maneira colegiada e tomada por uma grande gama de pessoas.

Quais os principais erros da Treecorp? E o que precisa melhorar no Coritiba a curto e médio prazo?

O trabalho da Treecorp, especialmente no futebol, a gente não vê com bons olhos. Falta um objetivo claro do motivo de terem comprado o Coritiba e o que pretendem para o futuro do Coritiba. É revelar jogadores? Ganhar títulos a curto, médio prazo? Ganhar títulos a longo prazo? Não vejo essa clareza na informação como torcedora e também não vejo em relação ao clube.

Eles tomaram uma decisão equivocada de se manter bem distante da torcida. Agora, a aproximação tem sido feita de forma respeitosa e gradual, mas acredito que ainda pode melhorar o marketing e o relacionamento com o torcedor. Principalmente no futebol é onde eu vejo que eles pecam bastante.

Nós entendemos que a Treecorp é uma gestora de fundos de investimentos, na qual o Coritiba foi adquirido. Eles, de fato, não têm outra experiência no futebol, mas isso está se mostrando, no mínimo, errôneo. Nós estamos com o mesmo problema de quando tinha o presidencialismo e o G5 apenas comandava toda a situação.

Então, nós, como grupo, entendemos que a Treecorp precisa ajustar a rota e um objetivo claro do que ela pretende para o Coritiba no futuro.

A Associação tem direito a uma cadeira na SAF. Com o poder limitado, como a Associação pode cobrar de maneira mais incisiva?

Principalmente com a cadeira na SAF que a Associação tem direito. São cinco cadeiras na SAF e a Associação tem direito a uma. Mas não só apenas desta forma. Pretendemos tentar abrir um canal de diálogo com a Treecorp, criar comissões para levar até eles diagnósticos precisos, relatórios de como acreditamos que o clube deve ser gerido e isso entra também na esfera do futebol. Para além de representante de voto na SAF nas questões sensíveis e direito a veto em algumas situações, a gente espera ter uma parceria.

Nós, da Associação, têm apenas 10%, mas sempre eleitos e representantes de toda uma nação coxa-branca, que tem bastante legitimidade de cobrança e pressão. Quando a torcida e a pressão popular são presentes, uma força remando contra é ruim para o trabalho. Esperamos que a Associação tenha mais espaço de forma muito amigável num primeiro momento. Se isso não for suficiente, nós teremos que usar outras ferramentas. Lembrando que estamos aqui para representar a maior parte da torcida coxa-branca.

Já tem definido o nome para quem assumir a cadeira caso a chapa seja eleita?

Nós temos esse nome já, uma situação de apalavramento neste primeiro momento. Mas por uma questão de viabilidade e essa nome ainda está inserida no contexto do mercado, em um meio que o mercado financeiro é uma influência no atual trabalho dele, não podemos ainda falar.

O que podemos falar é o perfil desta pessoa. O cargo no Conselho de Administração da SAF é extremamente técnico, cargo para uma pessoa que viva o perfil corporativo. São questões tomadas a amplitude macro, não relacionada necessariamente a futebol ou uma coisa especial do Coritiba. É uma gestão grande. A gente tem como característica que essa pessoa tivesse essa vivência de comandar uma grande empresa na visão macro. É um CEO de uma grande empresa brasileira, uma multinacional.

Nós queríamos que essa pessoa também tivesse experiência em M&A, que é a compra e venda de outras empresas, mais ou menos como o fundo fez com nosso clube. Também tínhamos como princípio básico que essa pessoa fosse coxa-branca roxo e lutasse pelos direitos do clube em primeiro lugar sempre.

Se encontrarem alguma dificuldade com a Treecorp, tem alguma possibilidade de acontecer algo parecido com o que houve no Vasco de romper o contrato com a SAF e a Associação tomar conta novamente do clube?

A situação que estava acontecendo no Vasco não é, a princípio, o que está acontecendo no Coritiba. A 777, que tinha adquirido a SAF do Vasco, estava descumprindo questões financeiras principalmente. Ali houve realmente uma brecha para tomar as rédeas do clube.

Com relação ao Coritiba, a gente não deslumbra essa possibilidade ainda, mas iremos sim analisar o contrato com mundo afinco e realizar uma cobrança muito firme no sentido de ter todas as métricas. Se tiver algum ponto que não esteja sendo cumprido pela Treecorp, nós podemos pensar numa forma de retomada do clube. Mas sempre com muita responsabilidade. Nunca prometendo isso para o torcedor, sem ter critérios para isso ou muito menos colocando o clube em uma posição que possa ser prejudicado. Se entrar numa seara judicial, o clube continua suas atividades e isso pode ser prejudicial. Futebol não para o ano inteiro e sempre está lidando com as questões ligadas ao futebol. Colocar numa disputa e prejudicar o clube, é complicado para quem pretende justamente ver o bem do Coritiba. Isso precisa ser feito com muita responsabilidade.

Qual a mensagem que pode deixar para o torcedor do Coritiba e do motivo que ele deve escolher a chapa de vocês.

Aqui é um canal muito importante de comunicação com o torcedor. A gente costuma dizer que as eleições do próximo dia 27 é uma das mais importantes da história do clube. Houve uma ruptura em todo modelo de processo eleitoral até então estabelecido. Temos toda uma legitimidade de cobrança que deve existir por parte de quem estiver à frente da Associação para o bem do Coritiba.

Os torcedores têm direito de votar em quem quer que seja, mas peço que esse voto seja feito de maneira consciente. Peço que se informem com as chapas, conheçam seus integrantes e conscientes do papel do torcedor. Colocar na chapa a garantia para assumir a Associação.

A gente entende que a Eternamente Coxa, por ser a verdadeira oposição ali dentro, teria grande legitimidade de cobrança. Cobramos durante todo o período, ainda que não de forma oficial, e não aparecemos apenas de três em três anos, neste caso foi quatro. Está no nosso sangue e o Coritiba em primeiro lugar também. Queremos que isso seja com muito mais afinco e legitimidade.

O torcedor que entender que a nossa chapa tem o voto de confiança, no mínimo muito trabalho, fiscalização e transparência.

AGENDA DO CORITIBA

  • Londrina – domingo (12/01), às 16h, no Couto Pereira, em Curitiba (Campeonato Paranaense)
  • São Joseense – quarta-feira (15/01), às 20h, no Couto Pereira, em Curitiba (Campeonato Paranaense)
  • FC Cascavel – domingo (19/01), às 16h, no Olímpico Regional, em Cascavel (Campeonato Paranaense)
  • Maringá – quarta-feira (22/01), às 16h, no Willie Davids, em Maringá (Campeonato Paranaense)
  • Athletico – sábado (25/01), às 16h, no Couto Pereira, em Curitiba (Campeonato Paranaense)

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