O alerta com queda de idosos
Somente no primeiro semestre deste ano foram registradas 11.856 ocorrências por quedas de pessoas entre 60 e 103 anos, no Paraná
Estatísticas recentes mostram que, todos os anos, aproximadamente 50% da população com mais de 65 anos sofre com quedas e que 70% delas ocorrem no ambiente doméstico. Dificuldade visual e redução na massa e força muscular devido à idade somam-se a questões de segurança negligenciadas dentro de casa, como tapetes avulsos e carpetes mal adaptados ou rasgados, má iluminação, pisos escorregadios, móveis baixos ou alto demais, prateleiras de difícil alcance e objetos espalhados pelo chão.
Nos últimos dias nos defrontamos com uma série de casos que ganharam destaque nos meios de comunicação por envolverem personalidades públicas, como o Presidente Lula e os cantores Ronnie Von e Agnaldo Rayol, este num caso que resultou em óbito, a exemplo da apresentadora de origem cubana Mayra Gomez Kemp. Episódios que fizeram rememorar o envolvendo o apresentador Gugu Liberato, falecido em novembro de 2019, quando se encontrava nos Estados Unidos.
A teimosia e imprudência crescem à medida em que envelhecemos. Isto é fato, como atestam os acidentes quando são buscadas as respostas pela origem. Degraus, escadas, o banquinho, o banheiro sem suportes de apoio e por aí vai. Em cada família é preciso fazer reflexão sobre os contrastes que nos fazer retardar a compreensão de que o perigo de um acidente está presente sempre. A precaução funciona até mesmo quando o familiar ou os familiares foram acolhidos numa casa de repouso, onde, em média, a frequência de quedas é de 50% entre os residentes.
Convencermos ou a nossos entes de que já não temos a mesma agilidade de destreza nunca será uma tarefa fácil. Daí a opção é vislumbrar possibilidades de ambiente doméstico seguro e que possíveis deslocamentos externos ocorram sob grau de vigilância. As adaptações em um lar nem sempre são possíveis à maioria das famílias, sobretudo por seus custos. Mas existem formas simples e econômicas de prevenção e a todo momento estão sendo compartilhadas por especialistas e profissionais de saúde que lidam com o problema.
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De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), somente no primeiro semestre deste ano foram registradas 11.856 ocorrências por quedas de pessoas entre 60 e 103 anos, no Paraná. No Samu foram 8.096 atendimentos e no Siate 3.070. Além dos chamados de urgência, houve ainda 1.052 atendimentos na Atenção Primária à Saúde pelo mesmo motivo. Em 2023, o número ultrapassou 30 mil registros.
Outra estatística alarmante nos é passada via Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde: no ano passado, nada menos do que 1.214 pessoas idosas perderam a vida no Estado em decorrência das quedas, sejam elas de mesmo nível ou de nível elevado. Desse total, 163 tinham entre 60 e 69 anos; 271 entre 70 e 79 anos e 780 pessoas acima de 80 anos. Além desses números, podemos supor a repercussão de sequelados, com impactos na qualidade de vida, nos sistemas de segurança social e previdenciário e nas relações e rotinas familiares.
Difícil uma conversa entre adultos, hoje, que em algum momento não se aborda o flagelo das quedas e dos riscos que a que todos estamos sujeitos. Escorregões, tropeços, passos em falso, falta de equilíbrio ou mesmo mal súbito são causas frequentes de quedas, em especial para os que já romperam a faixa dos 60 anos. Há não muito tempo tive de passar algumas horas em UTI após cirurgia e tive como vizinhas várias pessoas (também) idosas e que tinham sido operadas após quedas, a maioria com fratura de fêmur.
O Dia Mundial de Prevenção de Quedas é comemorado em 24 de junho, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre os riscos de quedas em pessoas de todas as idades, mas especialmente em idosos. O alerta, porém, vale para todos os dias como forma de reduzir hospitalizações, agravamentos e mortes.
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