Presidente é eleito com grande derrota no seu país
“Para eleger seu presidente, réu condenado pela Justiça do País respondendo a outros mais de 30 inquéritos, EUA são derrotados em outros aspectos importantes nos seus costumes, componentes aos quais se atribuem intrinsicamente, e em grande parte, a formação de sua identidade”.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as eleições e de arremate parece que derrotou de uma vez por todas a hipocrisia e o falso moralismo puritano que seriam um dos traços tão característicos nos costumes do povo americano, como tradicionalmente se atribui. Além de ser o primeiro criminoso condenado pela justiça do país a ser eleito presidente dos Estados Unidos, é chegado na prática de adultério e sexo pago, o que afrontariam severamente postulados que formam gente do bem – evidentemente que toda ela seja de seus seguidores – com ênfase também, em cópia, ao que acontece no caso brasileiro, todos defensores da Família, dentro do cultuado trinômio acrescido com as palavras Deus e Pátria.
A julgar pela eleição do condenado americano, que está respondendo a mais de 30 outros processos pela justiça do seu país, nada mais deverá ser como antes, é ao menos no que se pode acreditar e esperar quando um povo chega a tamanha ousadia e grau de licenciosidade, rompendo tabus intocáveis em seus costumes e se revelando na essência, ao escolher tal prontuário para conduzir seu destino pelos próximos quatro anos.
Rasgam-se véus tão caros e preciosos à elevada moral puritana americana, sobre a qual se construiu a pretensa identidade da nação. Ao corajoso ato de decidir destruir patrimônio dessa grandeza, ainda que em essência dissimulada, não seria de infundada a possibilidade se pensar em mesmo realizar outras correções de rota de um comportamento global coletivo. Não deixa de ser uma derrota fragorosa, por que não vergonhosa? Dentre elas correções na bússola, conceder perdão e anistia, em memória, ao amigo dileto do eleito, milionário nascido do mercado financeiros de Wall Street, que se suicidou em sua cela depois de aprisionado pela prática de pedofilia, cuja extensão de história e de segredos levou consigo. E, ainda, de se conceder carta moral de alforria àquele príncipe da realeza britânica, hoje confinado a uma parte do seu território no Reino Unido para evitar prisão caso venha a colocar os pés no exterior, sujeito que frequentava o ambiente e as orgias com garotas menores de idade, organizadas pelo suicida.
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A eleição de um criminoso para a presidência da mais poderosa nação do planeta, parece crônica a de morte anunciada, com torcida de que ao menos assim seja, de um modo de vida em que à hipocrisia e ao falso moralismo se somariam outras práticas, sem que se adentre nos crimes de natureza geopolítica com guerras e seus horrores de uma nação poderosa mas já em certo declínio. Que nesse embalo de mudanças pressupostas, também esteja esse modelo de eleição presidencial que mais se assemelha a uma fraude que a de um exaltação à Democracia, como falsamente faz pretender os Estados Unidos como exemplo e lição para outros países.
Uma eleição em que o voto popular vale tanto quanto uma cédula de três dólares, com a escolha do presidente sendo formalizada por um colégio eleitoral de parlamentares, mesmo que o eleito tenha recebido menos votos do total de eleitores. Ainda que não seja seara que diz respeito a país estrangeiro e ao qual não se deve meter o bedelho, espera-se pelo menos que essa espécie de fraude, à exemplo da hipocrisia e do falso moralismo, tenha seus dias contados, e que a Democracia prevaleça de fato e não de arremedo. E que se perca também um pouco da arrogância. Ainda que o que tenha se visto há pouco tempo seja sinal dado ao contrário, em crime contra a Democracia, com a tentativa de golpe, invasão e quebradeira no Capitólio, a sede do Congresso americano. Tudo com estímulo do então presidente, agora novamente eleito. E o que serviu também de incentivo a outros criminosos, em imitação canhestra, fazerem o mesmo no Brasil. Neste caso, os principais deles ainda não foram condenados! Por enquanto apenas, é o se espera!!!
Alceo Rizzi é jornalista, publicitário e escritor.