Esquema criminoso adulterava soja para exportação com areia, no Paraná
Caminhoneiros desviavam da rota original para o Porto de Paranaguá para adulterar as cargas em Curitiba, conforme a polícia.
A Polícia Civil, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, descobriu um esquema criminoso que adulterava farelo de soja destinado à exportação com areia, em Curitiba. Cerca de 300 toneladas do insumo comprometido foram apreendidas.
A ação conjunta entre os órgãos culminou numa operação realizada na manhã desta quinta-feira (24). Os criminosos utilizavam um barracão na Capital para adulterar cargas de farelo de soja. Posteriormente, o produto era enviado ao Porto de Paranaguá, no Litoral paranaense, conforme a polícia.
A investigação teve início após denúncias indicando que caminhoneiros estavam desviando da rota original para adulterar as cargas. A adulteração consistia na substituição parcial do farelo de soja por materiais como areia, cascas e outros resíduos, comprometendo a qualidade do produto exportado.
“O barracão vinha sendo monitorado pela Polícia Civil após identificarmos um fluxo irregular de caminhões desviando da rota com destino a Paranaguá. Esta ação conjunta visa coibir essa prática, que vem ganhando notoriedade nos últimos tempos”, afirma o delegado André Feltes.
Três homens foram presos em flagrante. Além das prisões, as equipes apreenderam um trator avaliado em mais de R$ 700 mil, um caminhão, cerca de 300 toneladas de farelo de soja adulterado e materiais utilizados no processo de falsificação.
O Ministério da Agricultura e Pecuária auxiliou na fiscalização e classificação dos produtos. A pasta destaca que o Brasil é o principal exportador mundial de soja, e esse tipo de crime tem o potencial de comprometer a imagem do país como fornecedor seguro e confiável no mercado internacional.
“O Ministério da Agricultura em articulação com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná e com a colaboração do setor produtivo organizado, tem atuado fortemente na repressão dessas ações. Estamos presentes nas fábricas de farelo de soja, nos exportadores, nos terminais de embarque portuário e na emissão do certificado internacional quando o produto já está embarcado no navio. Qualquer fraude ou falha nos protocolos para atendimento dos requisitos internacionais será objeto de atuação dura por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária”, ressalta o auditor federal agropecuário Fernando Mendes.
As investigações seguem para identificar outros envolvidos no esquema criminoso.
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