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Greca e prefeitos de 20 cidades da RMC assinam carta de repúdio às falas de Cristina Graeml
(Foto: divulgação)

Greca e prefeitos de 20 cidades da RMC assinam carta de repúdio às falas de Cristina Graeml

Falas sobre saúde e transporte motivaram criação do manifesto; leia o documento na íntegra

paranaportal - quarta-feira, 23 de outubro de 2024 - 17:04

Rafael Greca (PSD) e prefeitos de 20 municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) assinaram um documento repudiando falas da candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (PMB). As propostas de Cristina ligadas ao transporte coletivo e a saúde pública da capital foram as motivações para que os líderes do executivo municipal criassem a carta.

Propostas de Cristina Graeml (PMB) para transporte e saúde pública

Uma das propostas de Cristina que mais geraram discussão pública é a voltada para o transporte coletivo. Em debate, Cristina defendeu que os passageiros paguem a tarifa com base na distância percorrida. E mencionou que moradores de bairros mais longes do Centro, como o Tatuquara, sejam incentivados a empreender no bairro e se deslocar menos para a região central da capital.

Cristina defendeu, em mais de uma ocasião, que a proposta não é aumentar o valor da passagem e sim, garantir que os moradores de bairros mais próximos do Centro, como Centro Cívico e Hugo Langue, paguem menos do que a tarifa aplicada hoje, R$ 6 — a mais cara entre as capitais brasileiras.

Em relação a essa proposta, os prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba destacam que quando Cristina “menciona que a passagem de ônibus deve levar em conta a distância a ser percorrida pelo passageiro (por quilômetro rodado), deixa nossa população com enorme risco de perder a integração do transporte hoje existente”.

Para a saúde, Cristina propõe que os municípios que compõem a Região Metropolitana ofereçam à Curitiba uma contrapartida pelo uso dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora não tenha descrito como deseja executar esse plano, é essencial explicar de qual maneira o SUS é financiado.

O financiamento do SUS é tripartite, ou seja, de responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. A Lei 141/2012 determina que os municípios devem designar, no mínimo, 15% das receitas para o SUS e os estados, 12%. Em relação ao Governo Federal, o investimento deve ser o mesmo do ano anterior, com uma variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

Ao falar sobre esse plano, Cristina afirmou que o SUS de Curitiba é pago com impostos dos curitibanos. O que não se concretiza, uma vez que o Governo do Paraná e o Governo Federal também dispõem verbas para garantir os serviços — já prevendo que o uso dos serviços das capitais é maior, justamente pela migração de pacientes.

No parágrafo I do artigo 2º da Lei 141/2012, há a determinação de que a aplicação dos recursos mínimos estabelecimentos na Lei Complementar devem considerar “como despesas com ações e serviços públicos de saúde aquelas voltadas para a promoção, proteção, recuperação da saúde” — que atendam a lei mencionada e a lei 8080/1990 — em relação à destinação de recursos “às ações e serviços públicos de saúde de acesso universal, igualitário e gratuito”.

Sobre esse ponto, os prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba afirmam que: Cristina Graeml “mostra despreparo para pretendida função e desconhecimento de causa, pois, o SUS é universalizado e não pode haver essa divisão de territorialidade”.

Além de mencionar que as propostas de Cristina Graeml (PMB) para o transporte coletivo e à saúde pública de Curitiba demonstram não só desconhecimento da candidata sobre às instituições e à realidade dos 3,6 milhões de moradores, também destacam que apresentam retrocesso. Os prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba também afirmam que a candidata “se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC”.

Os 21 assinantes da carta explicam que cidades da Região Metropolitana também “atendem curitibanos dentro das respectivas estruturas, assim, além de agirmos na legalidade, trabalhamos cada vez mais integrados”.

Leia na íntegra a nota de repúdio assinada por 21 prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba sobre as falas e propostas de Cristina Graeml (PMB)

O grupo de prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) abaixo assinado, vem a público repudiar as recentes declarações feitas pela candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, que se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC quando tratou de temas relacionados à saúde e ao transporte público coletivo.

Curitiba e sua Região Metropolitana totalizam uma população de 3.697.928 (segundo dados do IBGE 2024) e entre os fatores que nos unem estão o princípio da intermunicipalidade, a integração e o desenvolvimento conjunto que beneficia todos seus habitantes.

Ao afirmar que o sistema de saúde de Curitiba atende moradores de municípios da Região Metropolitana e que isso deve ser revisto, e também quando menciona que a passagem de ônibus deve levar em conta a distância a ser percorrida pelo passageiro (por quilômetro rodado), deixa nossa população com enorme risco de perder a integração do transporte hoje existente, além de sofrer uma piora em todo sistema de Saúde, de maneira que assim pensando e trazendo à publicação esse raciocínio, a candidata mostra despreparo para pretendida função e desconhecimento de causa, pois, o SUS é universalizado e não pode haver essa divisão de territorialidade.

Por outro viés, nossas cidades também atendem curitibanos dentro das nossas respectivas estruturas, assim, além de agirmos na legalidade, trabalhamos cada vez mais integrados, como é o caso do transporte que deve cumprir sua função social, preservando os valores do cooperativismo e também das contrapartidas promovidas pelo setor produtivo dos 28 municípios (mais a capital) que a compõe.

As propostas representam um retrocesso das integrações do SUS e do transporte coletivo conquistadas e que beneficiam a população das cidades da RMC. As declarações de Cristina demonstram ainda um desconhecimento da realidade de milhares de paranaenses que dependem diariamente tanto da estrutura de atendimento do SUS, quanto da rede de transporte público das cidades.

Por esses motivos, gostaríamos de reafirmar nosso compromisso metropolitano com Curitiba para que mantenhamos nossas políticas públicas e de parcerias cada vez mais fortes e olhando para a frente. A divisão e o retrocesso não podem estar entre nós.

Antonio Digner, prefeito de Contenda

Bihl Zanetti, prefeito de Campina Grande do Sul

Diego Ribas, prefeito da Lapa

Gerson Colodel, prefeito de Almirante Tamandaré

Helder Lazarotto, prefeito de Colombo

Margarida Singer, prefeita de São José dos Pinhais

Maurício Rivabem, prefeito de Campo Largo

Josimar Aparecido Knupp Fróes, prefeito de Piraquara

James Karson Valério, prefeito de Rio Negro

José Altair Moreira, prefeito de Tijucas do Sul

Karime Fayd, prefeita de Rio Branco do Sul

Loreno Tolardo, prefeito de Quatro Barras

Maicon Grossokopf, prefeito de Piên

Marco Antonio Marcondes Silva, prefeito de Fazenda Rio Grande

Marco Antonio Zanetti, prefeito de Balsa Nova

Marcos Antonio Baldão, prefeito de Tunas do Paraná

Patrik Magari, prefeito de Cerro Azul

Rafael Greca, prefeito de Curitiba

Rosa Maria de Jesus Colombo, prefeita de Pinhais

Weverton Willian Vizentin, prefeito de Campo do Tenente

Vandir de Oliveira Rosa, prefeito de Adrianópolis

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