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Mais um é preso pelo sequestro de esposa de investigado por lavagem de dinheiro
Os suspeitos colocaram um rastreador no carro da mulher. (Imagem: Reprodução/Polícia Civil)

Mais um é preso pelo sequestro de esposa de investigado por lavagem de dinheiro

No início do ano, a Polícia Federal encontrou 3 milhões de dólares em uma parede falsa na casa da vítima

Caroline Signori Berticelli - quarta-feira, 23 de outubro de 2024 - 14:18

O quarto integrante de um grupo suspeito de sequestrar a esposa de um homem preso por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Curitiba foi detido em Criciúma, Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (23). Dois funcionários da mulher também foram vítimas do crime.

Os outros três suspeitos – todos policiais civis, sendo um aposentado e um servidor da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) – foram presos na capital paranaense e na região metropolitana, na última segunda-feira (21), durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Paraná e pela Polícia Federal (PF). 

Segundo o delegado Thiago Teixeira, da Polícia Civil, na ocasião, o suspeito preso nesta quarta não foi localizado no endereço. “Localizamos a residência que ele havia alugado e, na primeira tentativa de abordagem, ele fugiu para uma área de mata. Continuamos o monitoramento e o prendemos nesta manhã quando retornou à casa”, explicou.

A captura contou com o apoio de um helicóptero e de cães farejadores, que auxiliaram na busca em áreas de difícil acesso. Cerca de 20 policiais participaram da operação, que contou com o apoio das polícias Militar e Civil catarinenses.

A investigação apura o crime de extorsão mediante sequestro ocorrido em 13 de setembro, no qual as vítimas foram violentamente agredidas pelos sequestradores.

Sequestro de esposa de preso por lavagem de dinheiro

De acordo com o delegado Sérgio Luís Stinglin de Oliveira, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, a esposa de um homem preso na operação ‘Follow the money’, deflagrada em março deste ano, foi sequestrada, agredida e ameaçada pelo grupo criminoso, no mês de setembro, que estava atrás de dinheiro ilícito.

Durante a ‘Follow the money‘, agentes federais encontraram 3 milhões de dólares (mais de R$ 17 milhões) em uma parede falsa na casa do marido da vítima, localizada no bairro do Barigui, o que fez com que os suspeitos desconfiassem da existência de outras quantias milionárias escondidas.

“Eles estavam buscando esses valores porque na operação ‘Follow the money’ foi encontrada uma grande quantidade de dinheiro que estava escondida em uma parede falsa na residência do principal líder dessa organização criminosa. Então, essa outra quadrilha estava em busca de outros valores que poderiam estar escondidos”, disse Oliveira. 

A investigação apontou que os suspeitos monitoraram a esposa do investigado de lavagem de dinheiro por vários dias, até que a abordaram no dia 13 de setembro sob a justificativa de uma prisão falsa

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“Nós conseguimos identificar que eles estavam há pelo menos dez dias monitorando a vítima, a rotina dela, utilizaram três carros para isso, com placas clonadas. No dia 9 de setembro, inclusive, eles foram até o aeroporto, seguiram a vítima, colocaram um rastreador no carro dela e no dia 13 abordaram a vítima como se fossem policiais, relataram inicialmente que ela estava presa, agrediram ela dentro do veículo e levaram ela para a casa dela”, contou o delegado Teixeira. 

Na residência, os suspeitos procuraram por mais dinheiro escondido ao mesmo tempo em que agrediram a vítima para que ela revelasse outros endereços ligados ao marido. Armado com fuzis e pistolas, eles também renderam a empregada doméstica e forçaram a vítima a atrair um funcionário para o local. 

“A companheira de um dos investigados da operação ‘Follow the money’  foi sequestrada e foram utilizados pelo menos três fuzis. Ela foi rendida, a empregada doméstica da residência e os sequestradores fizeram com que ela chamasse um dos funcionários que atua na empresa, que teoricamente poderia ter informações a respeito do que eles estariam procurando”, diz Oliveira. 

Ainda conforme o delegado da Polícia Civil, após manterem as vítimas reféns durante toda a tarde do dia 13, eles foram embora sem nenhuma quantia de dinheiro, mas passaram a ameaçá-las de morte.  

“Eles ficaram a tarde inteira sendo agredidos porque os criminosos estavam querendo outros imóveis, onde poderia haver dinheiro escondido. Porque o marido dela foi preso no início do ano pela Polícia Federal (PF) com três milhões de dólares na residência. Como eles não conseguiram essas informações no dia 13, eles acabaram liberando as vítimas e passaram a fazer ameaças de morte caso eles não repassassem o local ou dinheiro para eles”, completa Teixeira. 

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