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História cabeluda: esposa de preso por lavagem de dinheiro do tráfico é sequestrada por policiais 
Os suspeitos colocaram um rastreador no carro da mulher. (Imagem: Reprodução/Polícia Civil)

História cabeluda: esposa de preso por lavagem de dinheiro do tráfico é sequestrada por policiais 

No início do ano, a Polícia Federal encontrou 3 milhões de dólares em uma parede falsa na casa da vítima

Caroline Signori Berticelli - segunda-feira, 21 de outubro de 2024 - 16:07

Três policiais civis – incluindo um aposentado e um servidor da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep)  – foram presos nesta segunda-feira (21) por um crime que envolveu o sequestro da esposa de um investigado por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Curitiba. Um quarto suspeito não foi localizado e é considerado foragido. 

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva na capital paranaense, em São José dos Pinhais e Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, e em Balneário Piçarras, em Santa Catarina.

O grupo é suspeito de associação criminosa, concussão e extorsão mediante sequestro.  

As prisões são resultado de uma força-tarefa entre o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE), da Polícia Civil, e a Polícia Federal (PF). 

3 milhões de dólares na parede

De acordo com o delegado Sérgio Luís Stinglin de Oliveira, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, a esposa de um homem preso na operação ‘Follow the money’, deflagrada em março deste ano, foi sequestrada pelos policiais civis. Na época, agentes federais encontraram 3 milhões de dólares (mais de R$ 17 milhões) escondidos em uma parede falsa na casa do suspeito, localizada no bairro do Barigui. 

“Eles estavam buscando esses valores porque na operação ‘Follow the money’ foi encontrada uma grande quantidade de dinheiro que estava escondida em uma parede falsa na residência do principal líder dessa organização criminosa. Então, essa outra quadrilha estava em busca de outros valores que poderiam estar escondidos”, explica Oliveira. 

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Foram encontrados 3 milhões de dólares na parede da casa. (Foto: Polícia Federal)

Um dia antes da quantia milionária ser descoberta, o marido da mulher e outro investigado já haviam sido detidos por suspeita de serem os líderes do grupo investigado por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Os indícios são de que a organização criminosa utilizava inúmeras estratégias para dissimular a origem dos valores, entre eles, negócios simulados com imóveis, veículos, transportes e na área de óleos e lubrificantes.

Policiais civis sequestram a vítima 

Segundo o delegado Thiago Teixeira, da Polícia Civil, a investigação chegou até os policiais civis depois que as vítimas abriram um boletim de ocorrência de uma situação de extorsão mediante sequestro

Durante a operação, foi descoberto que os suspeitos monitoraram a esposa do investigado de lavagem de dinheiro por vários dias, até que a abordaram no dia 13 de setembro sob a justificativa de uma prisão falsa

“Nós conseguimos identificar que eles estavam há pelo menos dez dias monitorando a vítima, a rotina dela, utilizaram três carros para isso, com placas clonadas. No dia 9 de setembro, inclusive, eles foram até o aeroporto, seguiram a vítima, colocaram um rastreador no carro dela e no dia 13 abordaram a vítima como se fossem policiais, relataram inicialmente que ela estava presa, agrediram ela dentro do veículo e levaram ela para a casa dela”, conta Teixeira. 

Na residência, os suspeitos procuraram por mais dinheiro escondido ao mesmo tempo em que agrediram a vítima para que ela revelasse outros endereços ligados ao marido. Armado com fuzis e pistolas, eles também renderam a empregada doméstica e forçaram a vítima a atrair um funcionário para o local. 

“A companheira de um dos investigados da operação ‘Follow the money’  foi sequestrada e foram utilizados pelo menos três fuzis. Ela foi rendida, a empregada doméstica da residência e os sequestradores fizeram com que ela chamasse um dos funcionários que atua na empresa, que teoricamente poderia ter informações a respeito do que eles estariam procurando”, diz Oliveira. 

Ainda conforme o delegado da Polícia Civil, após manterem as vítimas reféns durante toda a tarde do dia 13, eles foram embora sem nenhuma quantia de dinheiro, mas passaram a ameaçá-las de morte.  

“Eles ficaram a tarde inteira sendo agredidos porque os criminosos estavam querendo outros imóveis, onde poderia haver dinheiro escondido. Porque o marido dela foi preso no início do ano pela Polícia Federal (PF) com três milhões de dólares na residência. Como eles não conseguiram essas informações no dia 13, eles acabaram liberando as vítimas e passaram a fazer ameaças de morte caso eles não repassassem o local ou dinheiro para eles”, completa Teixeira. 

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